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Rajoy elogia espanhóis que assumem sacrifícios sem protestar

O governo considera que os protestos de ontem em torno do Congresso não ajudam a melhorar a imagem da Espanha


	Mariano Rajoy: ''Meu total reconhecimento a maioria dos espanhóis que não se manifestam, que não saem nas manchetes de jornais e que não abrem os telejornais''
 (Dani Pozo/AFP)

Mariano Rajoy: ''Meu total reconhecimento a maioria dos espanhóis que não se manifestam, que não saem nas manchetes de jornais e que não abrem os telejornais'' (Dani Pozo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2012 às 20h37.

Nova York - O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, defendeu nesta quarta-feira em Nova York suas reformas e, diante dos protestos contra elas, elogiou a atitude responsável da ''imensa maioria'' de espanhóis que não se manifesta, assume os sacrifícios e só pensa em colaborar para sair da crise.

Em uma conferência na instituição acadêmica Americas Society, durante sua estadia nos Estados Unidos para participar da 67ª Assembleia Geral da ONU, Rajoy quis transmitir uma mensagem de otimismo sobre o futuro econômico da Espanha.

O governo considera que os protestos de ontem em torno do Congresso não ajudam a melhorar a imagem da Espanha, e, frente a isso, Rajoy dedicou sua conferência a expor todo o potencial do país no caminho de recuperação econômica, marcado por intensas reformas estruturais.

Reformas que, disse, seguirá aplicando com firmeza e reiterou que estão sendo assumidas pela imensa maioria de espanhóis apesar dos sacrifícios que representam.

''Meu total reconhecimento a maioria dos espanhóis que não se manifestam, que não saem nas manchetes de jornais e que não abrem os telejornais'', afirmou antes de insistir que todos eles estão colaborando para um grande objetivo nacional.

Para Rajoy, se essas pessoas sabem estar à altura das circunstâncias, os que têm cargos públicos, tanto no governo central como no resto das administrações, assim como os partidos políticos, meios de comunicação e sindicatos, também têm que estar.

O presidente do governo lançou essa advertência um dia depois da convocação das eleições antecipadas na Catalunha, mas sem fazer em nenhum momento uma referência explícita a isso.

''Não se deve estragar com interesses de voo curto a grandeza do comportamento de nossos compatriotas'', comentou.


Coincidindo com uma jornada na qual a bolsa espanhola sofreu sua quarta maior queda do ano e o prêmio de risco se situou nos 461 pontos, Rajoy antecipou que vai pedir o cumprimento dos acordos aos quais o Conselho Europeu chegou no mês de junho e que tinham como finalidade fazer frente à pressão dos mercados.

Nessa reunião foi decidido dar os passos necessários para conseguir uma união bancária e fiscal, e facilitar o uso dos fundos de resgate europeus para comprar dívida de países afetados por essa pressão.

''Eu pedirei que se cumpram os compromissos que acordamos, porque a crise que a Europa atravessa hoje é, sobretudo, de confiança, e não há nada que dê mais confiança que cumprir os acordos fechados'', ressaltou.

O presidente do governo, que retorna a Madri para presidir amanhã o Conselho de Ministros que aprovará o projeto de lei de orçamentos para 2013, garantiu que sabe o que tem que fazer e vai seguir fazendo.

Além disso, quis dispersar qualquer dúvida sobre o futuro da Europa pedindo que ninguém duvide que a União Europeia (UE) sairá reforçada da crise.

Outra grande parte de sua conferência se dedicou a defender o aumento das relações entre a Espanha e a América Latina e a louvar a evolução desta região.

Elogiou em particular os países que, como o México, Colômbia, Peru e Chile (integrantes da denominada Aliança do Pacífico), criam laços que facilitam a segurança jurídica e apostam no ''pragmatismo eficiente'' em vez de fazê-lo pela ''retórica fácil''.

Antes, em seu discurso na reunião de alto nível sobre o Sael que aconteceu nas Nações Unidas, Rajoy garantiu o compromisso da Espanha para colaborar na solução dos problemas desta região.

Porém, advertiu que os esforços internacionais nessa direção devem realizar-se sob liderança dos países africanos.

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