Equipe age contra vazamento nuclear em Fukushima, no Japão (©AFP Toru Yamanaka)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2011 às 08h56.
Tóquio - O Governo do Japão assegurou nesta quarta-feira que o nível atual de radiação além do perímetro de 20 quilômetros já evacuado ao redor da usina nuclear de Fukushima não representa "um risco imediato para a saúde".
O porta-voz do Governo, Yukio Edano, declarou em entrevista coletiva que o nível de radioatividade entre 20 e 30 quilômetros da central, área na qual foi pedido que os moradores permaneçam em casa e com as janelas fechadas, não tem efeito prejudicial direto.
Edano disse ainda que os responsáveis da usina continuam trabalhando "com todo o apoio dos setores relevantes" para tentar reduzir a temperatura dos reatores da central, onde nesta quarta-feira ocorreu um novo incêndio no edifício do reator 4 e foram vistas grandes colunas de fumaça procedentes do 3.
Um helicóptero das Forças de Autodefesa (equivalente a Exército) partiu nesta quarta-feira da vizinha cidade de Sendai para jogar água do mar sobre o reator 3 da usina para ajudar a resfriá-lo.
No entanto, os elevados níveis de radioatividade detectados nessa zona levaram a abortar a operação de última hora, informou a televisão nacional NHK, que citou fontes do Ministério da Defesa.
Os responsáveis da operação tinham advertido que jogar água do ar era uma ação delicada, já que o helicóptero não pode permanecer muito tempo sobre o reator por causa da elevada radioatividade e deve lançar a água passando várias vezes sobre o mesmo.
Segundo a agência de notícias local "Kyodo", teme-se que o reator tenha liberado vapor radioativo devido a danos no sistema de contenção.
O edifício que abriga esse reator ficou danificado na segunda-feira por causa de uma explosão de hidrogênio. Na terça, fora detectados altos níveis de radiação nas imediações da central.
A elevada radiação levou à evacuação da maioria dos 800 funcionários da usina, onde apenas cerca de 50 permanecem. Estes tiveram de abandoná-la temporariamente por causa de uma nova alta da radioatividade.
Alguns meios de comunicação indicam que os funcionários poderiam ter retornado às instalações, mas por enquanto o Governo não confirmou a informação.