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Questão de sobrevivência

Como a petroquímica Braskem colocou a sustentabilidade no centro de sua estratégia de expansão dos negócios

Grubisich, presidente da Braskem (--- [])

Grubisich, presidente da Braskem (--- [])

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h26.

Em seus cinco anos de existência, a Braskem, líder do setor petroquímico na América Latina, fez da autonomia tecnológica um dos pilares de seu negócio. O Centro de Tecnologia e Inovação da companhia possui ativos superiores a 330 milhões de reais, realiza investimentos anuais de 50 milhões de reais e tem como uma de suas principais metas desenvolver polímeros verdes de matérias-primas 100% renováveis. O primeiro produto com essa característica está saindo dos tubos de ensaio para o mundo real. Trata-se do primeiro polietileno -- plástico comum no dia-a-dia, presente em saquinhos de supermercado e em embalagens de alimentos -- feito com etanol de cana-de-açúcar. O início da produção do "plástico verde" em escala industrial está previsto para o final de 2009 e deve atender à demanda de setores como a indústria automobilística, de embalagens alimentícias e de cosméticos e artigos de higiene pessoal.

Essa não é a única conquista da área de pesquisa e desenvolvimento da Braskem. Em 2006, a empresa lançou a primeira resina brasileira com nanopartículas -- elementos que têm a espessura de um fio de cabelo e garantem aos produtos propriedades físicas superiores, como maiores rigidez e resistência. Graças a novidades como essa, hoje cerca de 20% da receita líquida da Braskem já vem da venda de resinas desenvolvidas nos últimos três anos. "A sustentabilidade está diretamente ligada à rentabilidade e à competitividade da companhia. Não se trata de projetos isolados, mas de algo intrínseco à nossa estratégia de negócios", diz José Carlos Grubisich, presidente da empresa.

A Braskem nasceu em agosto de 2002, quando os grupos Odebrecht e Mariani integraram seus ativos petroquímicos aos da Copene, antiga central de matérias-primas petroquímicas localizada no pólo de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Em pouco tempo, a empresa transformou-se num gigante. Em 2006, faturou 15 bilhões de reais e gerou 3 400 empregos diretos. Suas 14 fábricas produziram mais de 6 milhões de toneladas de bens petroquímicos no ano. Seus produtos são usados na fabricação de grande variedade de itens de consumo, desde escovas de dentes, mamadeiras e mochilas até esquadrias de janelas e componentes automotivos. A tarefa de administrar tudo isso, com processos de alta complexidade e matérias-primas não-renováveis, levou a Braskem a adotar em seu código de conduta um compromisso com o desenvolvimento sustentável. "Com tantos fatores de risco, precisamos trabalhar de forma ininterrupta pela redução de resíduos e pela conservação de energia", diz Grubisich.

Avaliação da empresa
Pontos fortes
- Asustentabilidade norteia todo o trabalho da área de pesquisa e desenvolvimento.
- Tem um programa para transmitir aos fornecedores os conceitos da empresa e mostrar como toda a cadeia pode se tornar mais sustentável.
- Realiza pesquisas para medir a satisfação dos funcionários quanto à política de remuneração e benefícios.
Pontos fracos
- Pouco mais da metade das empresas parceiras é avaliada nos processos de responsabilidade social.
- Apesar de previstas no código de conduta,não existem políticas corporativas específicas de valorização da diversidade.
- Cerca de 40% da produção não tem processos de gestão ambiental, de saúde ou de segurança ocupacional certificados.
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