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'Quer ficar de mal de Dilma? Fale mal das ministras dela'

Cientistas políticos dizem que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, procurou motivos para sair; segundo eles, instabilidade nos ministérios não é culpa de Dilma

Se Jobim sair, será o 4º ministro a deixar seu cargo original durante o governo Dilma (Roberto Stuckert Filho/PR)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 18h11.

São Paulo – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, está para ser demitido. Em declarações que deu à revista Piauí, ele teria dito que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, é “fraquinha”, e que Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, ‘não conhece Brasília’.

O que as duas ministras têm em comum? Ambas foram indicadas pela presidente Dilma Rousseff. Segundo o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Antônio Carlos Alves, Dilma está, aos poucos, se livrando de uma “herança pesada, que são os ministros indicados pelo ex-presidente Lula”, e dando ao atual governo um estilo próprio.

Justamente por isso, na opinião do professor emérito de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Davi Fleischer, Jobim mexeu em um vespeiro. “Quer ficar de mal da Dilma? Fale mal das ministras que ela acabou de nomear”, diz. Para ele, o ministro da Defesa parece querer arrumar motivos ou justificativas para sua falta de vontade de continuar no governo.

Fleischer explica que o fato de Jobim ter votado em Serra já era conhecido. Portanto, ele não precisava ter feito propaganda do fato em entrevistas. “Todos já sabiam que ele e o Serra são ‘muy amigos’, então, para que dizer isto de novo? Ele está descontente. Sofreu com o corte de 50 bilhões que o governo anunciou com o orçamento. Vários projetos das forças armadas foram afetados por isto, inclusive a compra de caças. Talvez esta seja uma das razões de ele estar insatisfeito.”

Injustiça

Se a demissão de Jobim se confirmar, ele será o quarto ministro a dar seus passos na dança das cadeiras da Esplanada. Antes dele, Antônio Pallocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais) deixaram seus cargos. Luiz Sérgio foi o único que não deixou de ser ministro. Ele foi remanejado de seu ministério para o da Pesca.

Em cada caso o motivo da troca de ministros foi diferente, mas o fato é que há uma instabilidade evidente. Segundo Antonio Alves, da PUC-SP, ela não pode ser atribuída à presidente Dilma. “Não seria justo. Os ministros que caíram foram escolha de Lula. Assim que Dilma escolher pessoas de sua confiança, sua capacidade de governar vai aumentar. Quanto ao caso do Jobim, a decisão foi boa para a imagem dela. Mostra que Dilma manda.

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São Paulo – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, está para ser demitido. Em declarações que deu à revista Piauí, ele teria dito que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, é “fraquinha”, e que Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, ‘não conhece Brasília’.

O que as duas ministras têm em comum? Ambas foram indicadas pela presidente Dilma Rousseff. Segundo o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Antônio Carlos Alves, Dilma está, aos poucos, se livrando de uma “herança pesada, que são os ministros indicados pelo ex-presidente Lula”, e dando ao atual governo um estilo próprio.

Justamente por isso, na opinião do professor emérito de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Davi Fleischer, Jobim mexeu em um vespeiro. “Quer ficar de mal da Dilma? Fale mal das ministras que ela acabou de nomear”, diz. Para ele, o ministro da Defesa parece querer arrumar motivos ou justificativas para sua falta de vontade de continuar no governo.

Fleischer explica que o fato de Jobim ter votado em Serra já era conhecido. Portanto, ele não precisava ter feito propaganda do fato em entrevistas. “Todos já sabiam que ele e o Serra são ‘muy amigos’, então, para que dizer isto de novo? Ele está descontente. Sofreu com o corte de 50 bilhões que o governo anunciou com o orçamento. Vários projetos das forças armadas foram afetados por isto, inclusive a compra de caças. Talvez esta seja uma das razões de ele estar insatisfeito.”

Injustiça

Se a demissão de Jobim se confirmar, ele será o quarto ministro a dar seus passos na dança das cadeiras da Esplanada. Antes dele, Antônio Pallocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais) deixaram seus cargos. Luiz Sérgio foi o único que não deixou de ser ministro. Ele foi remanejado de seu ministério para o da Pesca.

Em cada caso o motivo da troca de ministros foi diferente, mas o fato é que há uma instabilidade evidente. Segundo Antonio Alves, da PUC-SP, ela não pode ser atribuída à presidente Dilma. “Não seria justo. Os ministros que caíram foram escolha de Lula. Assim que Dilma escolher pessoas de sua confiança, sua capacidade de governar vai aumentar. Quanto ao caso do Jobim, a decisão foi boa para a imagem dela. Mostra que Dilma manda.

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