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Quênia confirma que explosão em Nairóbi foi atentado

Por enquanto, ninguém foi preso pela explosão que deixou 38 pessoas feridas e que a Polícia queniana investiga com a ajuda de agentes do FBI

A princípio, a Polícia informou que a origem da explosão poderia ter sido "uma falha elétrica", mas depois reconheceu "a possibilidade" da causa ser uma bomba (Meredith Shaw/Flickr)

A princípio, a Polícia informou que a origem da explosão poderia ter sido "uma falha elétrica", mas depois reconheceu "a possibilidade" da causa ser uma bomba (Meredith Shaw/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2012 às 17h45.

Nairóbi - A forte explosão que na segunda-feira deixou quase 40 feridos em Nairóbi foi um atentado, confirmou nesta terça-feira o porta-voz da Polícia queniana Eric Kiraithe, e destacou que as forças de segurança procuram dois suspeitos relacionados ao ataque.

"Os investigadores concluíram que a explosão foi causada por uma bomba de fabricação caseira colocada no edifício por criminosos", afirmou Kiraithe em entrevista coletiva em Nairóbi. O porta-voz ainda disse que possui uma descrição de dois suspeitos e estão recolhendo informações.

Sobre a possibilidade do atentado ter sido obra da milícia radical islâmica somali Al Shabab, Kiraithe se mostrou prudente: "O motivo do ataque ainda é desconhecido e não podemos concluir que é obra da Al Shabab.

No entanto, o porta-voz aproveitou os meios de comunicação para mostrar a fotografia de um cidadão de nacionalidade alemã ou turca, identificado como Emrah Erdogan, que entrou no Quênia no último dia 3, procedente da Somália, com documentação falsa e que as autoridades quenianas relacionam com a Al Shabab.

"Embora não tenhamos motivos para vinculá-lo com o ataque de ontem, sabemos que ele esteve envolvido em outros atentados (...) dos quais a Al Shabab se responsabilizou", disse o porta-voz, que pediu a cooperação da população para deter Erdogan.

Por enquanto, ninguém foi preso pela explosão que deixou 38 pessoas feridas e que a Polícia queniana investiga com a ajuda de agentes do FBI.

Embora Kiraithe não tenha divulgado detalhes sobre a bomba, fontes policiais garantiram à emissora de rádio local "Capital FM" que se trata uma bomba fabricada com adubos.


A explosão aconteceu por volta das 13h15 hora local (07h15 de Brasília) da última segunda, em um edifício comercial de uma das avenida mais movimentadas da capital queniana.

A princípio, a Polícia informou que a origem da explosão poderia ter sido "uma falha elétrica", mas depois reconheceu "a possibilidade" da causa ser uma bomba.

Enquanto isso, o primeiro-ministro do Quênia, Raila Odinga, não hesitou em condenar o que descreveu como um "ato terrorista", apesar da cautela inicial da Polícia sobre o fato.

O Quênia sofreu vários ataques terroristas nos últimos seis meses, tanto em Nairóbi, como na cidade de Mombaça, que deixaram dezenas de mortos e vários feridos.

Esses atentados acontecem desde que o Exército queniano iniciou, em 15 de outubro do ano passado, uma ofensiva na Somália contra a Al Shabab, que fez várias ameaças de ataque ao território queniano como represália.

A incursão militar começou dois dias depois do sequestro de duas voluntárias espanholas da ONG Médicos sem Fronteiras no campo de refugiados de Daabad (ao leste do Quênia e a cerca de 100 quilômetros da Somália), que as autoridades quenianas atribuíram à Al Shabab.

A milícia, que este ano anunciou sua adesão à rede terrorista Al Qaeda, combate desde 2006 o Governo Federal de Transição somali e as forças da Missão da União Africana na Somália (AMISOM) para instaurar um Estado muçulmano.

A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem Governo efetivo. 

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