São Paulo – A Al Qaeda na Península Arábica (AQPA), braço da rede Al Qaeda que atua nesta região, confirmou nesta manhã a morte de seu líder Nasir al-Wuhayshi. De acordo com o anúncio, ele morreu depois de um bombardeio realizado por um drone operado pelos Estados Unidos no Iêmen.
Al-Wuhayshi assumiu a liderança deste que é considerado um dos mais violentos e atuantes braços da Al Qaeda em 2009, mas era um velho conhecido do alto escalão da rede. No final da década de 90, conforme informa a entidade Council on Foreign Relations (CFR), ele teria passado quatro anos no Afeganistão como assistente de Osama Bin Laden.
Nascido em 1976 no Iêmen, al-Wuhayshi foi preso em algum momento depois de sua passagem pelo Afeganistão e estava em uma prisão de segurança máxima em Sanaa, capital iemenita. Em fevereiro de 2006, contou a CRF, ele e outros 23 terroristas conseguiram escapar.
Como líder desta franquia, al-Wuhayshi era o responsável pela organização e aprovação de alvos para ataques terroristas realizados pelo grupo e também pelo recrutamento de novos militantes.
Não demorou até que sua atuação chamasse a atenção dos EUA. Em 2010, passou a integrar a lista de terroristas mais procurados e a recompensa por informações que pudessem levar até seu paradeiro era de 10 milhões de dólares.
Três anos depois, sua importância no “organograma” da rede voltou a ganhar novos contornos quando foi designado como o número 2 da Al Qaeda global, imediatamente abaixo de Ayman al-Zawahiri, o sucessor de Bin Laden.
Segundo o Global Security, site especializado em assuntos militares, a AQAP é vista pelos EUA como o grupo mais ativo e perigoso conspirando contra o ocidente. Na visão de Michael Morell, ex-número dois da CIA, esta franquia representa uma ameaça maior para a segurança interna que o Estado Islâmico (EI).
E é por este motivo que a morte de al-Wuhayshi trouxe algum alento para o país. Para Paul Cruickshank, analista de terrorismo da rede de notícias CNN, o anúncio é “o maior golpe na Al Qaeda desde a morte de Bin Laden”.
Dentre os maiores ataques terroristas já realizados pela AQAP está a tragédia no jornal satírico francês Charlie Hebdo, que ocorreu o inicio do ano. Dois militantes ligados ao grupo invadiram o local onde fica a publicação e mataram doze pessoas, entre jornalistas e cartunistas.
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1. Armados e perigosos
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1/11 (AFP)
São Paulo – O
Departamento de Estado dos Estados Unidos conta com um programa no qual oferece milionárias recompensas por informações de pessoas que tenham se envolvido em
ataques terroristas em qualquer lugar do planeta. E, em seu
site oficial, exibe ainda uma lista com os nomes daqueles que são, atualmente, os mais procurados. Entre os mais famosos estão, por exemplo, Abu Bakr al-Baghdadi, líder do violento grupo Estado Islâmico (
EI), e Abubakar Shekau, o
chefe dos nigerianos do Boko Haram. Confira nas imagens estes e outros terroristas que integram a relação produzida pelos EUA.
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2. Ayman Zawahiri
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2/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Zawahiri é, atualmente, o terrorista cujas informações são mais valiosas para os Estados Unidos. Segundo o Departamento de Estado do país, pistas que possam levar até o seu paradeiro podem render 25 milhões de dólares. Nascido em 1951 no Egito, ele é um dos fundadores do grupo Jihad Islâmica Egípcia e teria sido um dos mais importantes conselheiros de Osama bin Laden. Acredita-se que ele seja hoje parte da rede Al Qaeda. Foi denunciado por supostos envoolvimentos em diferentes atentados como um realizado em 1998 contras embaixadas dos EUA na Tanzânia e no Quênia. 224 pessoas morreram e mais de cinco mil ficaram feridas.
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3. Abu Du’a
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3/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Também conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, Du’a teria nascido no Iraque em 1971 e é atualmente o grande líder do violento grupo Estado Islâmico (EI), que domina partes da Síria e do Iraque. O valor da recompensa por informações de Baghdadi pode ir até 10 milhões de dólares.
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4. Sirajuddin Haqqani
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4/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Nascido em 1973 no Afeganistão, Haqqani é procurado por ter participado de atentados como a tentativa de homicídio do então presidente afegão Hamid Karzai em 2008 e o ataque a um hotel em Cabul no qual seis pessoas foram mortas. Acredita-se que ele é o líder de um grupo chamado Rede Haqqani. Alinhada com o Taleban, esta rede de insurgentes foi fundada por seu pai em 1980 e tem como objetivo estabelecer a sharia, a lei islâmica, no Afeganistão. A recompensa por seu paradeiro é de até 10 milhões de dólares.
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5. Mullah Omar
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5/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Omar é afegão e um dos líderes do Taleban. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, teria abrigado Osama bin Laden e outros membros da rede Al Qaeda nos anos anteriores aos ataques de 11 de setembro. O valor da recompensa por informações de Omar é de até 10 milhões de dólares.
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6. Hafiz Mohammad Saeed
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6/11 (Departamento de Estado dos EUA/Divulgação)
Saeed é líder do grupo Jamaad-ud-Dawa, que está na ativa no Paquistão e deseja impor a sharia, a lei islâmica, no país. Ele é ex-professor de engenharia e suspeita-se que tenha sido a mente por trás dos ataques de 2008 em Mumbai no qual mais de 160 pessoas morreram. A recompensa por informações que levem até Saeed pode chegar até 10 milhões de dólares.
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7. Yasin al-Suri
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7/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Al-Suri nasceu em 1982 na Síria e exerce atividades de cunho administrativo da rede Al Qaeda no Irã. Segundo o governo dos EUA, é o responsável pela movimentação de líderes e membros do grupo entre o Paquistão e a Síria. Além disso, organiza e realiza a manutenção das rotas usadas por combatentes em viagens da Turquia para território sírio e em outros países ocidentais. O valor da recompensa por informações de seu paradeiro é de até 10 milhões de dólares.
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8. Nasir al-Wahishi
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8/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Al-Wahishi é um dos líderes da rede Al Qaeda na Península Árabe. De acordo com informações do Departamento de Estado dos EUA, é ele o responsável pela aprovação dos próximos alvos de ataques terroristas, recrutamento de novos combatentes e distribuição de recursos entre os centros de treinamento. O valor da recompensa por al-Wahishi é de até 10 milhões de dólares.
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9. Muhsin al-Fadhli
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9/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Nascido em 1981 no Kuwait, al-Fadhli trabalha no “departamento financeiro” da rede Al Qaeda no Irã e é um de seus líderes. É ainda responsável pelo financiamento de atividades do grupo e pelo planejamento, facilitação e execução de atos terroristas. Além de procurado por autoridades dos EUA, que podem pagar até 10 milhões de dólares como recompensa por informações que levem até ele, al-Fadhli é ainda procurado na Arábia Saudita e no Kuwait. Fez parte do pequeno círculo de terroristas da Al Qaeda que tomaram ciência dos ataques do 11 de setembro antes que os mesmos fossem realizados.
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10. Abubakar Shekau
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10/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Líder do grupo Boko Haram, Shekau nasceu em Yobe, Nigéria. Seu objetivo é lutar pela imposição da sharia, a lei islâmica, no país e, para tanto, há anos realiza sangrentos ataques especialmente no norte nigeriano. O valor da recompensa por seu paradeiro pode chegar até 10 milhões de dólares.
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11. Agora veja quais países são os mais afetados por atos terroristas
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11/11 (Getty Images)