Sergio Massa: Como o próprio Fernández, Massa foi chefe de gabinete na presidência de Cristina Kirchner, entre 2008 e 2009 (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 29 de julho de 2022 às 06h23.
O recém-nomeado "superministro" da Economia da Argentina, Sergio Massa, 50, é um advogado carismático, ex-dirigente do futebol e político que militou tanto pelo peronismo quanto pelo antiperonismo desde os conturbados anos 1980.
Massa está à frente da Câmara dos Deputados pelo partido governista Frente de Todos (centro-esquerda), cuja trilogia do poder integra juntamente com o presidente Alberto Fernández e a vice, Cristina Kirchner.
Como o próprio Fernández, Massa foi chefe de gabinete na presidência de Cristina Kirchner, entre 2008 e 2009, mas depois se tornou um opositor feroz, até que voltou a se unir a ela para derrotar o ex-presidente liberal Mauricio Macri nas eleições presidenciais de 2019.
Uma de suas frases proverbiais afirma: "As vítimas mais graves da inflação são os trabalhadores, os desempregados e os aposentados".
No novo cargo, que assumirá uma vez que se concretize sua substituição no Congresso, Massa terá sob seu comando as áreas de Economia, Desenvolvimento Produtivo e Agricultura, Pecuária e Pesca, e Relações com os Órgãos Internacionais, Bilaterais e Multilaterais de Crédito.
Em sua longa carreira política, Massa foi prefeito da cidade de Tigre, nos arredores de Buenos Aires. Em 2013, infligiu uma dura derrota simbólica à força da então presidente, Cristina Kirchner, ao vencê-la na província de Buenos Aires nas eleições legislativas de metade do mandato.
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O kirchnerismo lhe atribuía, então, vínculos com setores católicos antiperonistas, com a embaixada dos Estados Unidos e com o poder econômico. Mas como na política tudo muda, em 2019, ele formou uma aliança com Fernández e Cristina contra a reeleição de Macri. "Quando você usa qualquer coisa para se manter no poder e divide a sociedade, depois não pode governar", advertiu certa vez.
Massa foi dirigente do clube Tigre, o qual levou à Primeira Divisão do futebol. Ele é casado com outra dirigente e funcionária do alto escalão peronista, Malena Galmarini, com quem tem dois filhos.
Ainda há peronistas que o questionam por ter militado no começo de sua carreira no Sindicato de Centro Democrático, um dos maiores grupos antiperonistas da História. Mas com a chegada ao Poder Executivo do presidente peronista de direita Carlos Menem (1989-1999), ele se filiou ao governamental Partido Justicialista (PJ).
Na segunda década do século XXI, para se opor aos Kirchner, fundou a Frente Renovadora, grupo que ainda lidera e pelo qual foi candidato à presidência em 2015, quando ficou em terceiro lugar (21,9% dos votos).
Massa é filho de um empresário da construção civil e de uma dona de casa, ambos imigrantes italianos da Sicília.
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