Buenos Aires - Um avião bimotor turboélice da companhia argentina Sol caiu na noite desta quarta-feira em uma região desértica da Patagônia, matando os 19 passageiros e 3 tripulantes a bordo, informaram as autoridades locais.

"Não encontramos qualquer pessoa com vida. Não há sobreviventes, apenas múltiplos fragmentos do avião carbonizados. Tudo está queimado e despedaçado", revelou Ismael Alí, diretor do hospital da localidade Los Menucos, 1.800 Km a sudoeste de Buenos Aires.

A companhia Sol comunicou que o voo 5428 fez um chamado de emergência quando "cobria a rota Córdoba-Mendoza-Neuquén-Comodoro Rivadavia", entre o centro e o sul da Argentina.

Horacio Farré, porta-voz da companhia, confirmou que não há sobreviventes.

Uma testemunha viu "cair uma bola de fogo em um terreno próximo à sua casa", a 35 Km de Los Menucos e na zona despovoada de Prahuaniyeu, na província de Río Negro.

A companhia Sol precisou que o "voo 5428, que cobria a rota Córdoba-Mendoza-Neuquén-Comodoro Rivadavia, decolou às 20h08 local (20h08 Brasília) e às 20h50 (20h50) estabeleceu a última comunicação, relatando uma emergência".

"A viagem era de 1 hora e 50 minutos e a nave tinha combustível para 3 horas e 30 minutos. O avião partiu com 18 passageiros adultos, um menor, e três tripulantes", destacou a empresa.

Los Menucos é uma localidade de 7 mil habitantes situada a cerca de 200 Km a oeste de General Roca, capital de Río Negro, na região da cidade de Bariloche, próxima à cordilheira dos Andes.

"Os bombeiros confirmaram que não há sinal de sobreviventes", disse a Sol em um comunicado na madrugada desta quinta-feira.

Segundo a companhia, "não há qualquer tipo de informação sobre as causas do acidente, que será esclarecido pela autoridade correspondente, a Junta de Acidentes da Administração Nacional de Aviação Civil".

A região de Rio Negro enfrenta duras condições climáticas, com fortes ventos e temperaturas abaixo de zero, mas o voo decolou "dentro dos padrões normais de operação", disse um porta-voz da Sol.

A prefeita de Los Menucos, Isabel Yahuar, destacou que o acidente ocorreu em uma região isolada, onde "não há sinal para telefone celular, faz muito frio e as condições do resgate são difíceis".

Os dois últimos desastres aéreos de empresas argentinas ocorreram em 1997, com a queda na localidade uruguaia de Fray Bentos de um DC-9 da companhia Austral; e a decolagem abortada de um voo da LAPA que caiu em uma vala em Buenos Aires, em 1999, matando 65 pessoas.