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Centenas foram estupradas por tropas rebeldes no Congo

Segundo um habitante do povoado de Nakiele, tropa do coronel "Kifaru" teria sido responsável pelos ataques

Mulheres no Congo: só em Nakiele, foram 121 estupros, segundo a ONU (Spencer Platt/Getty Images)

Mulheres no Congo: só em Nakiele, foram 121 estupros, segundo a ONU (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2011 às 18h05.

Nakiele, Congo - Tropas sob comando de um ex-combatente rebelde da República Democrática do Congo (RDC) estupraram 248 mulheres entre 10 e 13 de junho, segundo um cálculo baseado em informações de fontes médicas da província de Kivu do Sul (leste).

Um porta-voz da ONU confirmou nesta sexta-feira que 121 mulheres foram estupradas apenas na localidade de Nakiele, como afirmou o médico do hospital à AFP.

Segundo o chefe do povoado de Nakiele, Losema Etamo Ngoma, entrevistado pela AFP, 150 soldados armados dirigidos pelo coronel Niragire Kulimushi, ou "Kifaru", cometeram estes estupros, assim como saques.

O coronel Kifaru é um ex-miliciano Mai Mai dos Patriotas Resistentes Congoleses (Pareco), que se juntou em 2009 ao Exército nacional após um acordo de paz com Kinshasa.

Os soldados "chegaram em grupos a partir de 11h00 (06h00 de Brasília) no dia 11 de junho", contou Lesoma Etamo Ngoma.

"Por volta das 20h00, ouvi gritos das mulheres que diziam 'É a morte, é a morte'. Pedi para me reunir com o coronel, mas um outro oficial disse que eu não podia, e voltei para a minha casa. Eles deixaram o povoado de manhã (dia 12), por volta das 05h00. Eu percorri as casas e encontrei mulheres chorando", acrescentou o chefe de Nakiele, que ficou no local com os poucos homens que não fugiram, principalmente, o médico-chefe do hospital, que foi brutalmente agredido pelos soldados.

"O que está acontecendo?, perguntei. 'Os militares nos estupraram', elas disseram", acrescentou.

O coronel Vianney Kazarama, porta-voz das Forças Armadas da RDC (FARDC) em Kivu do Sul, negou que o coronel Kifaru estivesse envolvido nos estupros.

Kifaru e seus homens estão atualmente "nas montanhas" de Kivu do Sul, segundo outro porta-voz militar, o tenente-coronel Sylvain Ekenge.

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