Redação Exame
Publicado em 3 de novembro de 2024 às 09h28.
Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 12h05.
A eleição nos Estados Unidos, marcada para o próximo dia 5 de novembro, tem um sistema de votação mais complexo na comparação com o Brasil.
Em terras brasileiras, vence quem tiver o maior número de votos válidos. Para ser eleito presidente dos EUA, é preciso obter ao menos 270 votos de 538 delegados do Colégio Eleitoral.
A eleição presidencial americana é organizada pelos 50 estados. Cada governo local tem liberdade para organizar a votação como preferir e, ao final, apontar os delegados que votarão no Colégio Eleitoral.
Cada estado possui um número de delegados, que pode variar entre 3 e 54, conforme o número de habitantes.
Todos os estados, exceto Maine e Nebraska, têm uma política de vencedor leva tudo, em que o estado olha apenas para o vencedor geral do voto popular estadual. Maine e Nebraska, no entanto, nomeiam delegados com base no vencedor do voto popular dentro de cada distrito congressional e, em seguida, 2 delegados com base no vencedor do voto popular estadual geral.
Embora seja raro que Maine ou Nebraska tenham uma votação dividida, segundo a Nara (Administração de Arquivos e Registros dos EUA), cada um fez isso duas vezes: Nebraska em 2008, Maine em 2016 e Maine e Nebraska em 2020.
O modelo de Colégio Eleitoral dá mais peso aos estados menores na disputa nacional. Com isso, a atenção dos candidatos durante a campanha é maior sobre os locais onde há maior indecisão do que em áreas mais populosas que tendem a eleger sempre o mesmo partido.
Cada estado tem direito a um número diferente de delegados, com base em sua população em relação ao total do país. Assim, a Califórnia, estado mais populoso, tem 54 representantes. Nenhum estado tem menos de três delegados.
Esse modelo, porém, gera uma distorção: um candidato pode vencer na votação popular, mas não se eleger. Foi o caso de Donald Trump em 2016: Ele obteve 62,9 milhões de votos, menos do que os 65,8 milhões da rival Hillary Clinton, mas levou 306 delegados, ante 232 dela.
O modelo de Colégio Eleitoral dá mais peso aos estados menores na disputa nacional. Com isso, a atenção dos candidatos durante a campanha é maior sobre os locais onde há maior indecisão do que em áreas mais populosas que tendem a eleger sempre o mesmo partido.
Alabama - 9 votos | Kentucky - 8 votos | Dakota do Norte - 3 votos |
Alasca - 3 votos | Louisiana - 8 votos | Ohio - 17 votos |
Arizona - 11 votos | Maine - 4 votos | Oklahoma - 7 votos |
Arkansas - 6 votos | Maryland - 10 votos | Oregon - 8 votos |
Califórnia - 54 votos | Massachusetts - 11 votos | Pensilvânia - 19 votos |
Colorado - 10 votos | Michigan - 15 votos | Rhode Island - 4 votos |
Connecticut - 7 votos | Minnesota - 10 votos | Carolina do Sul - 9 votos |
Delaware - 3 votos | Mississippi - 6 votos | Dakota do Sul - 3 votos |
Distrito de Columbia - 3 votos | Missouri - 10 votos | Tennessee - 11 votos |
Flórida - 30 votos | Montana - 4 votos | Texas - 40 votos |
Geórgia - 16 votos | Nebraska - 5 votos | Utah - 6 votos |
Havaí - 4 votos | Nevada - 6 votos | Vermont - 3 votos |
Idaho - 4 votos | Nova Hampshire - 4 votos | Virgínia - 13 votos |
Illinois - 19 votos | Nova Jersey - 14 votos | Washington - 12 votos |
Indiana - 11 votos | Novo México - 5 votos | Virgínia Ocidental - 4 votos |
Iowa - 6 votos | Nova York - 28 votos | Wisconsin - 10 votos |
Kansas - 6 votos | Carolina do Norte - 16 votos | Wyoming - 3 votos |
O Colégio Eleitoral não é um local, mas um processo. Assim, não há um encontro formal dos delegados: cada estado envia seus votos ao Congresso, que faz a leitura deles e certifica a vitória do novo presidente.
Esse ritual de certificação era visto como mera formalidade e atraia pouca atenção. No entanto, em 6 de janeiro de 2021, o evento foi interrompido por uma invasão ao Congresso americano. Apoiadores de Donald Trump, presidente que buscava a reeleição, tentaram impedir a confirmação da derrota dele. A sessão foi interrompida, houve confrontos entre a polícia e manifestantes e o dia terminou com cinco mortos. Apesar disso, a certificação da vitória de Joe Biden foi concluída de noite.
A posse será realizada em 20 de janeiro. O novo presidente faz um juramento em frente ao Congresso e depois costuma fazer um desfile pela avenida Pensilvânia, que liga a sede do Legislativo à Casa Branca, sede da Presidência, para marcar o início de um mandato de quatro anos.