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Puxada por Brasil e EUA, América passa Europa em casos de covid-19

Apesar da América ter o maior número de infecções, a Europa ainda é o continente com mais mortes por coronavírus

 (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de maio de 2020 às 11h02.

Última atualização em 12 de maio de 2020 às 11h03.

A região das Américas superou nas últimas horas a Europa em número de casos de covid-19, segundo um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). O continente americano tem 1,74 milhão de casos, enquanto o Velho Continente tem 1,73 milhão.

A Europa foi, desde meados de fevereiro, o epicentro da epidemia nas palavras do próprio diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, mas o maior número de casos diários nas últimas semanas está sendo observado agora em países como Estados Unidos Brasil e Canadá.

Apesar do maior número de infecções, as mortes no continente americano, que na segunda-feira (11) ultrapassaram a barreira dos 100 mil, são inferiores às quase 160 mil da Europa.

De acordo com os dados mais atualizados das autoridades sanitárias nacionais, os Estados Unidos somam 1,3 milhão de contágios, enquanto o Brasil tem 169 mil casos, sendo o oitavo do mundo em números de pessoas infectadas. O Canadá é o 13º país mais afetado com quase 70 mil casos.

Os EUA confirmaram mais de 80 mil mortes, enquanto o Brasil teve pouco mais de 11 mil e o Canadá, quase 5 mil. Apesar dos números elevados, vários países do continente americano já estão elaborando planos de relaxamento das quarentenas impostas.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) estima que a covid-19 vai afetar as economias da região com a pior contração que a região sofreu desde 1930. Para 2020, a entidade prevê uma contração média da economia regional de 5,3%. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o diretor do Programa Mundial de Alimentos (WFP), afirmou que o Brasil tem caminhado para voltar ao "Mapa da Fome" com os impactos da pandemia.

Caribe vê 'cenário cinzento'

Com economias frágeis e dependentes do turismo, a pandemia fez o Banco de Desenvolvimento do Caribe prever uma contração de até 50% do PIB da região. Aeroportos sem voos, hotéis fechados e cruzeiros ancorados são parte do panorama hoje. Em Santa Lúcia, ilha com 178 mil habitantes nas Antilhas, 13 mil pessoas já perderam o trabalho. Em Porto Rico, território americano que já vinha sofrendo com as consequências do furacão Maria, de 2017, 93 dos 160 hotéis fecharam as portas, ameaçando cerca de 20 mil empregos.

O turismo, um dos setores mais afetados pelo surto, representa de 30% a 50% do PIB de países como Bahamas, Barbados e Jamaica, de acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em alguns países, o setor responde por mais de 80% das receitas diretas e indiretas, como em Aruba.

Segundo a Organização de Turismo do Caribe, o setor emprega 2,5 milhões de pessoas na região, composta por pequenos Estados insulares já fortemente endividados e com economias pouco diversificadas. (Com agências internacionais).

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