Putin sinaliza apoio a resposta dura contra lei dos EUA
Presidente da Rússia disse que uma nova lei que pune russos responsáveis por abusos aos direitos humanos está envenenando as relações bilaterais
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 08h47.
Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin , disse na quinta-feira que uma nova lei dos EUA que pune russos responsáveis por abusos aos direitos humanos está envenenando as relações bilaterais, e sinalizou apoio a uma medida retaliatória que proíba a adoção de crianças russas por norte-americanos.
Em declarações transmitidas ao vivo para o país, Putin, de 60 anos, também riu sobre as especulações de que estaria doente, e disse que a economia nacional vai bem.
Ele adotou um tom belicoso em sua primeira entrevista coletiva anual desde que voltou à Presidência, em maio, para um mandato de seis anos, após passar quatro anos como primeiro-ministro. Apresentou-se como um garantidor da estabilidade na Rússia após meses de protestos.
Putin qualificou de "muito ruim" a lei sancionada na semana passada por seu colega norte-americano, Barack Obama, que prevê a não-concessão de vistos e o congelamento de bens de russos que sejam acusados de violar direitos humanos. "É claro que isso envenena nossa relação", afirmou Putin.
Os dois presidentes já indicaram a intenção de se melhorarem suas relações depois de suas vitórias nas respectivas eleições, neste ano. Mas a divergência acerca dos direitos humanos ameaça tais esforços.
Putin sinalizou que deve sancionar a lei, já aprovada pelos deputados, que proíbe a adoção de crianças russas por cidadãos dos EUA e barra a entrada na Rússia de americanos que cometam abusos contra os direitos dos russos.
"É uma resposta emocional da Duma Estatal (Câmara dos Deputados), mas é uma resposta apropriada", disse Putin.
A polêmica começou quando o Congresso dos EUA aprovou uma lei que determina que os EUA --inimigos da Rússia durante a Guerra Fria-- rejeitem a concessão de vistos a violadores russos de direitos humanos. A lei foi redigida como reação à morte, ocorrida em 2009 numa prisão russa, do advogado Sergei Magnitsky, especializado em casos de corrupção.
Apesar de apoiar o projeto que tramitou na Duma, Putin disse que espera restringir a disputa com os EUA. O Kremlin diz que Obama visitará a Rússia no começo de 2013.
Durante sua primeira passagem pela Presidência, entre 2000 e 2008, Putin inaugurou a tradição de conceder longas entrevistas coletivas anuais para mostrar seu domínio sobre as minúcias da administração. A anterior, em 2008, durou quatro horas e 40 minutos.
Ele parecia decidido a mostrar que tem um firme controle sobre a Rússia, depois de enfrentar os maiores protestos em seus 13 anos de hegemonia política no país. Queria também mostrar que está forte e saudável, depois de despertar rumores ao aparecer mancando em uma cúpula internacional em setembro. Fontes governamentais disseram à Reuters na época que ele sofria de dores nas costas.
"Isso só é benéfico para oponentes políticos que estão tentando questionar a legitimidade e a eficácia das autoridades. Posso dar a resposta tradicional à questão da saúde: não vale a pena esperar." (Reportagem adicional de Thomas Grove, Gabriela Baczynska e Nastassia Astrasheuskaya)
Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin , disse na quinta-feira que uma nova lei dos EUA que pune russos responsáveis por abusos aos direitos humanos está envenenando as relações bilaterais, e sinalizou apoio a uma medida retaliatória que proíba a adoção de crianças russas por norte-americanos.
Em declarações transmitidas ao vivo para o país, Putin, de 60 anos, também riu sobre as especulações de que estaria doente, e disse que a economia nacional vai bem.
Ele adotou um tom belicoso em sua primeira entrevista coletiva anual desde que voltou à Presidência, em maio, para um mandato de seis anos, após passar quatro anos como primeiro-ministro. Apresentou-se como um garantidor da estabilidade na Rússia após meses de protestos.
Putin qualificou de "muito ruim" a lei sancionada na semana passada por seu colega norte-americano, Barack Obama, que prevê a não-concessão de vistos e o congelamento de bens de russos que sejam acusados de violar direitos humanos. "É claro que isso envenena nossa relação", afirmou Putin.
Os dois presidentes já indicaram a intenção de se melhorarem suas relações depois de suas vitórias nas respectivas eleições, neste ano. Mas a divergência acerca dos direitos humanos ameaça tais esforços.
Putin sinalizou que deve sancionar a lei, já aprovada pelos deputados, que proíbe a adoção de crianças russas por cidadãos dos EUA e barra a entrada na Rússia de americanos que cometam abusos contra os direitos dos russos.
"É uma resposta emocional da Duma Estatal (Câmara dos Deputados), mas é uma resposta apropriada", disse Putin.
A polêmica começou quando o Congresso dos EUA aprovou uma lei que determina que os EUA --inimigos da Rússia durante a Guerra Fria-- rejeitem a concessão de vistos a violadores russos de direitos humanos. A lei foi redigida como reação à morte, ocorrida em 2009 numa prisão russa, do advogado Sergei Magnitsky, especializado em casos de corrupção.
Apesar de apoiar o projeto que tramitou na Duma, Putin disse que espera restringir a disputa com os EUA. O Kremlin diz que Obama visitará a Rússia no começo de 2013.
Durante sua primeira passagem pela Presidência, entre 2000 e 2008, Putin inaugurou a tradição de conceder longas entrevistas coletivas anuais para mostrar seu domínio sobre as minúcias da administração. A anterior, em 2008, durou quatro horas e 40 minutos.
Ele parecia decidido a mostrar que tem um firme controle sobre a Rússia, depois de enfrentar os maiores protestos em seus 13 anos de hegemonia política no país. Queria também mostrar que está forte e saudável, depois de despertar rumores ao aparecer mancando em uma cúpula internacional em setembro. Fontes governamentais disseram à Reuters na época que ele sofria de dores nas costas.
"Isso só é benéfico para oponentes políticos que estão tentando questionar a legitimidade e a eficácia das autoridades. Posso dar a resposta tradicional à questão da saúde: não vale a pena esperar." (Reportagem adicional de Thomas Grove, Gabriela Baczynska e Nastassia Astrasheuskaya)