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Putin se diz esperançoso com acordo sobre armas químicas

Russo elogiou o presidente americano por não manter as ameaças de uma ação militar na Síria

Presidente russo, Vladimir Putin, discursa durante encontro na cidade de Valdai (Maxim Shipenkov/Reuters)

Presidente russo, Vladimir Putin, discursa durante encontro na cidade de Valdai (Maxim Shipenkov/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2013 às 17h30.

Valdai - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que não poderia ter 100 por cento de certeza de que o plano para destruir armas químicas da Síria será bem-sucedido, mas que vê sinais positivos para ter esperanças.

Putin, cujo país tem sido o principal aliado do governo sírio em mais de dois anos de guerra civil, elogiou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por não manter as ameaças de uma ação militar devido a um ataque com gás venenoso em áreas controladas pelos rebeldes.

Ele disse que o possível ataque violaria o direito internacional e reiterou as suspeitas de que opositores de Assad encenaram o ataque, que matou centenas de pessoas em 21 de agosto, para incentivar uma ação militar dos Estados Unidos.

"Vamos ser capazes de cumprir tudo (a destruição das armas químicas sírias)? Eu não posso estar 100 por cento certo sobre isso", disse Putin a jornalistas e especialistas russos.

"Mas tudo o que vimos até agora nos dias recentes nos dá confiança de que vai acontecer ... espero que sim." Putin, ex-espião da KGB, disse que a ogiva "primitiva" utilizada para o ataque fornece fortes razões para acreditar que foi encenado por inimigos de Assad e que outros supostos ataques com armas químicas na Síria também precisam ser investigados. Washington afirma acreditar que o ataque foi realizado por forças de Assad.

"Nós sempre falamos sobre a responsabilidade do governo Assad, se foi ele quem usou (arma química). E se a oposição usou?", disse Putin. "Temos todas as razões para acreditar que foi uma provocação esperta." Rússia e Estados Unidos intermediaram um acordo no sábado para colocar os estoques de armas químicas de Assad sob controle internacional, para evitar possíveis ataques militares dos EUA, que argumentaram que sua intenção era puni-lo por causa do ataque com gás.

Putin reclamou que a ameaça de ação militar realizada por Washington e outros aliados ocidentais foi mal pensada e poderia ter como consequência não-intencional ajudar militantes da Al Qaeda a chegar ao poder.

"A decisão (de Obama) foi baseada em uma análise real da situação, e eu estou muito feliz que as nossas posições combinaram sobre esta questão", disse ele.

"Os Estados Unidos admitiram que a Al Qaeda está lutando lá. Quando eu falo com os meus colegas, eu lhes pergunto: 'Ok, você de fato quer ficar do lado deles, ajudá-los a chegar ao poder, e então?'", declarou Putin.

Sob o acordo russo-americano, Assad deve listar seus estoques de armas químicas dentro de uma semana e destrui-los até meados do próximo ano.

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