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Putin revida e acusa oposição de preparar fraude eleitoral

Para o primeiro ministro-russo, 'eles [opositores] mesmos farão a fraude, a controlarão e a denunciarão'

Vladimir Putin: "Eles (opositores) se preparam para usar algum mecanismo que confirmaria que as eleições (de 4 de março) foram fraudulentas" (Laurence Griffiths/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 21h35.

Moscou - O primeiro-ministro russo , Vladimir Putin, revidou nesta quarta-feira o golpe da oposição, à qual acusou de elaborar uma falsa fraude governista para deslegitimar as eleições presidenciais de domingo.

'Eles (opositores) se preparam para usar algum mecanismo que confirmaria que as eleições (de 4 de março) foram fraudulentas', disse Putin durante um encontro com seus representantes e analistas políticos.

Putin, que parte como grande favorito para vitória já no primeiro turno, segundo a maioria das pesquisas, acrescentou que 'eles mesmos farão a fraude, a controlarão e a denunciarão'.

'Quando os resultados das eleições forem declarados ilegítimos antecipadamente, estaremos perante um instrumento eleitoral que considero inadmissível e prejudicial para a sociedade democrática', frisou.

Putin, que manteve um perfil discreto durante quase toda a campanha eleitoral, havia se abstido de criticar a oposição, que protagonizou nos últimos meses a maior onda de protestos antigovernamentais desde a queda da União Soviética.

O candidato governista pediu à oposição, que havia denunciado que a Comissão Eleitoral Central (CEC) falsificou os resultados dos pleitos parlamentares de dezembro para que o partido do Kremlin alcançasse a maioria, a não infringir a lei em caso de protestos pós-eleitorais.

Em alusão às reivindicações por reforma política da oposição, Putin considerou que 'a minoria não tem direito de impor seu ponto de vista à maioria'.


Nesta semana, o presidente da CEC, Vladimir Chúrov, denunciou a aparição na internet de vídeos sobre falsificações eleitorais antes do início da votação.

Por sua parte, o líder do partido liberal Yabloko, Sergei Mitrokhin, assegurou hoje que Putin 'já prepara o terreno para dizer que a fraude não terá qualquer relação com as autoridades (...) para depois acusar à oposição'.

Durante as eleições parlamentares do dia 4 de dezembro, a internet foi inundada por vídeos com fraudes gravadas, em sua maioria em forma de depósito em massa de cédulas nas urnas e na falsificação dos protocolos, o que provocou grandes protestos.

Por sua vez, Putin afirmou hoje que a oposição 'procura um mártir entre seus nomes de maior destaque para depois culpar o poder'.

O líder russo lembrou que dirigentes opositores já ostentam cargos de responsabilidade na administração, como no caso do liberal Nikita Belij, governador da região de Kirov, cuja gestão não melhorou notavelmente a vida de seus cidadãos, segundo Putin.

Putin também defendeu seu direito a postular à presidência após haver exercido esse mesmo cargo durante dois mandatos de quatro anos (2000-2008).

'Não sei por que devo me privar dos meus direitos se a constituição permite. Na Alemanha, (Helmut) Kohl esteve no poder por 16 anos', comentou.

Segundo as últimas pesquisas, Putin vencerá as eleições presidenciais de domingo com 66% dos votos, segundo o Centro Levada, ou com 58,7%, de acordo com a Fundação de Opinião Pública.

A enquete de Levada estima em 38% a percentagem de russos dispostos a manifestar-se para denunciar uma possível fraude nas eleições, enquanto 42 % apoiam os atos públicos em apoio de Putin.

A oposição não parlamentar advertiu que, se nos pleitos presidenciais se repetir a fraude dos parlamentares, lançará uma campanha de desobediência civil com protestos em escala nacional. EFE

io/rsd

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Moscou - O primeiro-ministro russo , Vladimir Putin, revidou nesta quarta-feira o golpe da oposição, à qual acusou de elaborar uma falsa fraude governista para deslegitimar as eleições presidenciais de domingo.

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Putin, que parte como grande favorito para vitória já no primeiro turno, segundo a maioria das pesquisas, acrescentou que 'eles mesmos farão a fraude, a controlarão e a denunciarão'.

'Quando os resultados das eleições forem declarados ilegítimos antecipadamente, estaremos perante um instrumento eleitoral que considero inadmissível e prejudicial para a sociedade democrática', frisou.

Putin, que manteve um perfil discreto durante quase toda a campanha eleitoral, havia se abstido de criticar a oposição, que protagonizou nos últimos meses a maior onda de protestos antigovernamentais desde a queda da União Soviética.

O candidato governista pediu à oposição, que havia denunciado que a Comissão Eleitoral Central (CEC) falsificou os resultados dos pleitos parlamentares de dezembro para que o partido do Kremlin alcançasse a maioria, a não infringir a lei em caso de protestos pós-eleitorais.

Em alusão às reivindicações por reforma política da oposição, Putin considerou que 'a minoria não tem direito de impor seu ponto de vista à maioria'.


Nesta semana, o presidente da CEC, Vladimir Chúrov, denunciou a aparição na internet de vídeos sobre falsificações eleitorais antes do início da votação.

Por sua parte, o líder do partido liberal Yabloko, Sergei Mitrokhin, assegurou hoje que Putin 'já prepara o terreno para dizer que a fraude não terá qualquer relação com as autoridades (...) para depois acusar à oposição'.

Durante as eleições parlamentares do dia 4 de dezembro, a internet foi inundada por vídeos com fraudes gravadas, em sua maioria em forma de depósito em massa de cédulas nas urnas e na falsificação dos protocolos, o que provocou grandes protestos.

Por sua vez, Putin afirmou hoje que a oposição 'procura um mártir entre seus nomes de maior destaque para depois culpar o poder'.

O líder russo lembrou que dirigentes opositores já ostentam cargos de responsabilidade na administração, como no caso do liberal Nikita Belij, governador da região de Kirov, cuja gestão não melhorou notavelmente a vida de seus cidadãos, segundo Putin.

Putin também defendeu seu direito a postular à presidência após haver exercido esse mesmo cargo durante dois mandatos de quatro anos (2000-2008).

'Não sei por que devo me privar dos meus direitos se a constituição permite. Na Alemanha, (Helmut) Kohl esteve no poder por 16 anos', comentou.

Segundo as últimas pesquisas, Putin vencerá as eleições presidenciais de domingo com 66% dos votos, segundo o Centro Levada, ou com 58,7%, de acordo com a Fundação de Opinião Pública.

A enquete de Levada estima em 38% a percentagem de russos dispostos a manifestar-se para denunciar uma possível fraude nas eleições, enquanto 42 % apoiam os atos públicos em apoio de Putin.

A oposição não parlamentar advertiu que, se nos pleitos presidenciais se repetir a fraude dos parlamentares, lançará uma campanha de desobediência civil com protestos em escala nacional. EFE

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