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Putin expulsa magnatas de círculo interno devido Ucrânia

A queda do rublo aumentou oposição dos aliados mais ricos de Putin ao apoio pelos rebeldes na Ucrânia, levando o presidente a reduzir seu círculo interno

Vladimir Putin: Putin está aborrecendo alguns dos seus amigos mais ricos ao desconsiderar pedidos pelo fim do conflito na Ucrânia (Maxim Zmeyev/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 16h30.

Moscou - Vladimir Putin não está enfurecendo somente líderes de Berlim até Washington. Ele também está aborrecendo alguns dos seus amigos mais ricos ao desconsiderar seus pedidos para pôr fim ao conflito na Ucrânia e condenar ao ostracismo a quase todos, exceto uns poucos partidários da linha dura.

O desmoronamento do rublo aumentou a oposição dos aliados mais ricos de Putin ao seu apoio à rebelião na Ucrânia, levando o presidente a reduzir seu círculo interno, de dezenas de confidentes para um pequeno grupo de altos funcionários de segurança unidos pelo seu apoio aos separatistas, disseram duas fontes do setor.

Putin suspeita cada vez mais dos homens que devem suas fortunas a seus laços com ele e que estão sendo os mais prejudicados pelas sanções dos EUA e da União Europeia, segundo as fontes, que falaram sob a condição de manterem o anonimato para evitar represálias. As 21 pessoas mais ricas do país perderam um total de US$ 61 bilhões no ano passado, um quarto da sua fortuna combinada, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

Empresários próximos de Putin há muito tempo estão “na periferia agora”, disse Sergei Markov, consultor político que ajudou a monitorar o referendo na Crimeia que levou à anexação da península pela Rússia em março.

O grupo básico em volta de Putin é liderado pelo secretário do Conselho de Segurança, Nikolai Patrushev; o diretor do Serviço Federal de Segurança, Alexander Bortnikov; o chefe do Serviço de Inteligência Externa, Mikhail Fradkov; e o ministro de Defesa, Sergei Shoigu, segundo Markov.

Consumido

Putin está cada vez mais consumido pela política exterior desde que seu aliado ucraniano, Viktor Yanukovych, foi obrigado a fugir do país em fevereiro em meio a protestos violentos na capital, Kiev. A Rússia acusa os EUA de orquestrar as manifestações.

Ministros e outros altos funcionários encarregados de frear a desaceleração econômica do país reclamaram em novembro por terem que esperar meses para apresentar suas recomendações ao presidente, quem toma a decisão final sobre todas as iniciativas de importância.

Os combates nas regiões de Donetsk e Luhansk, onde a maioria da população fala russo, têm se intensificado desde que uma iniciativa para retomar as negociações de paz fracassou, o que apresenta um “grave perigo” para o país, segundo o presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

“A situação está piorando, porque agora temos informações de que uma tropa adicional de mais de 2.000 soldados russos está cruzando a nossa fronteira com 200 tanques e transportes de pessoal armado”, disse Poroshenko em uma entrevista anteontem com a Bloomberg TV em Davos, Suíça.

Sancionados

Entre as pessoas afetadas pelas sanções devido aos seus laços com Putin estão os bilionários Gennady Timchenko e os irmãos Arkady e Boris Rotenberg, que conhecem o presidente há décadas e foram incluídos na lista negra pelos EUA em março. Arkady Rotenberg também foi sancionado pela UE em julho, o que levou ao confisco de propriedades de luxo na Itália avaliadas em 28 milhões de euros (US$ 32 milhões).

Empresários próximos de Putin entendem sua dívida com o presidente e evitarão criticá-lo em público, mas eles não querem que as ambições pessoais do presidente destruam suas fortunas, disse uma das duas fontes do setor.

Desde que a Rússia anexou a Crimeia, sua produção econômica começou a se contrair, a inflação acelerou para 11,4 por cento, a taxa mais alta entre as dez maiores economias do mundo, e o rublo se desvalorizou cerca de 45 por cento frente ao dólar, a maior queda entre as 174 moedas acompanhadas pela Bloomberg.

Um ex-bilionário e senador que era próximo de Putin, Sergei Pugachyov, disse que o presidente começou a afirmar seu poder logo após o começo da revolta na Ucrânia. A intenção dele, disse Pugachyov, é “esfregar a elite” para enfraquecer a rede de empresários e altos funcionários que são seus aliados desde que ele era vice-prefeito de São Petersburgo na década de 1990.

“Hoje, a amizade pessoal e a fidelidade não significam nada”, disse Pugachyov. “Por que Putin precisa de amigos quando 85 por cento dos russos o apoiam?”.

São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
  • 2. Pelo chão

    2 /13(Getty Images)

  • Veja também

    As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
  • 3. Memória saqueada

    3 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)

  • Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
  • 4. Sem destino

    4 /13(Brendan Hoffman / Getty Images)

    Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
  • 5. Caixa-preta

    5 /13(Getty Images)

    O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos.  Os rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
  • 6. Represália Europeia

    6 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)

    De acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
  • 7. Maioria holandesa

    7 /13(Graham Denholm / Getty Images)

    A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
  • 8. Domingo de homenagem

    8 /13(Christopher Furlong / Getty Images)

    Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
  • 9. Em busca da cura

    9 /13(Graham Denholm / Getty Images)

    Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
  • 10. EUA diz que sabe

    10 /13(gett)

    Os Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
  • 11. Artigo editado

    11 /13(Getty Images)

    O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia, editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
  • 12. Duas tragédias no ano

    12 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)

    Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
  • 13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos

    13 /13(Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)

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