Mundo

Putin e Trump devem debater Síria em cúpula de julho

A Rússia apoia o governo de Bashar al-Assad enquanto os EUA e seus aliados ocidentais o acusam de usar armas químicas contra civis

A reunião entre Trump e Putin acontecerá no dia 16 de julho na Finlândia (Carlos Barria/Reuters)

A reunião entre Trump e Putin acontecerá no dia 16 de julho na Finlândia (Carlos Barria/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 29 de junho de 2018 às 09h46.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, debaterão o conflito da Síria em detalhes quando se reunirem para sua primeira cúpula oficial em julho, informou o Kremlin nesta sexta-feira.

A reunião, que irá ocorrer em 16 de julho em Helsinque, deve preocupar alguns aliados dos Estados Unidos, particularmente aqueles que querem isolar a Rússia na arena internacional, e provocar uma reação furiosa de alguns dos críticos de Trump nos EUA.

O apoio russo ao presidente sírio, Bashar al-Assad, que os EUA e seus aliados ocidentais acusam de usar armas químicas contra civis, vem sendo um dos principais pontos contenciosos no relacionamento tenso entre Washington e o Kremlin.

"Não há dúvida sobre o fato de que a Síria será discutida em profundidade", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em uma conversa com repórteres. "Uma discussão tremendamente minuciosa aguarda".

Outras questões polêmicas devem vir à tona no encontro, a terceira ocasião em que os dois presidentes se encontram, mas sua primeira cúpula oficial.

Trump também pode abordar a suposta interferência russa nas eleições norte-americanas de 2016, uma alegação feita por agências de inteligência de seu país que levou os EUA a impor sanções duras a Moscou em abril.

Sanções já haviam sido adotadas durante o governo do ex-presidente Barack Obama como resposta à anexação russa da Crimeia e ao envolvimento de Moscou no conflito na Ucrânia.

"Se (a questão da interferência eleitoral) for abordada pelo presidente dos EUA, o presidente russo repetirá que a Rússia não poderia e não teve nada a ver com esta situação, em torno da qual tais insinuações são feitas", disse Peskov.

Peskov também disse que Putin está pronto para normalizar os laços com os EUA na mesma proporção em que estes estiverem dispostos a fazê-lo.

Trump se reunirá com Putin em Helsinque depois de comparecer à cúpula de líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em 11 e 12 de julho e de uma visita ao Reino Unido.

A data dará a Putin uma chance de assistir à cerimônia de encerramento da Copa do Mundo, sediada por seu país neste ano.

Depois que Trump e Putin se reuniram brevemente no Vietnã em novembro de 2017, Trump foi criticado em casa por dizer que acreditou em Putin quando este negou a interferência eleitoral russa.

Acompanhe tudo sobre:Armas químicasDiplomaciaDonald TrumpEstados Unidos (EUA)FinlândiaGuerra na SíriaRússiaVladimir Putin

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia