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Putin diz que perigo de uma guerra nuclear não pode ser menosprezado

Em entrevista para 2 mil jornalistas, Putin disse que a tendência de reduzir o emprego de armas nucleares "pode levar a uma catástrofe nuclear global"

Presidente da Rússia, Vladimir Putin (Maxim Shemetov/Reuters)

Presidente da Rússia, Vladimir Putin (Maxim Shemetov/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de dezembro de 2018 às 10h47.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta quinta-feira que não se menospreze o perigo de uma possível guerra nuclear e criticou os Estados Unidos por provocar uma nova corrida armamentista ao abandonar importantes acordos de desarmamento nuclear.

"Infelizmente, existe uma tendência a menosprezar o perigo de uma guerra nuclear", disse Putin durante sua entrevista coletiva anual diante de quase 2.000 jornalistas russos e estrangeiros.

Além disso, denunciou que existe "a tendência a reduzir o patamar" para o emprego de armas nucleares e advertiu que isso "pode levar a uma catástrofe nuclear global".

O chefe do Kremlin destacou, neste sentido, o perigo que representam as "ideias de criar cargas nucleares de baixa potência", para o uso destas com fins táticos.

Por outro lado, Putin acusou os Estados Unidos de provocar uma corrida armamentista com seu abandono do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF).

"É muito difícil imaginar como vai se desenvolver a situação. E daí o que vamos fazer se esses mísseis aparecem na Europa?", se perguntou.

Após uma pausa, respondeu: "Claro, vamos garantir nossa segurança. E que depois não reclamem por que alcançamos algumas vantagens. Não buscamos vantagens, mas equilíbrio".

O governante russo lembrou que, depois que os EUA abandonaram o tratado sobre defesa antimísseis, "a Rússia se viu obrigada a responder com a criação de novos armamentos capazes de superar estes sistemas de defesa antimísseis".

"Agora ouvimos que a Rússia obteve vantagens. Sim, é certo. Ninguém no mundo tem esses armamento. As maiores potências os terão, mas por enquanto não os têm...", ressaltou o presidente russo.

Segundo Putin, em termos estratégicos gerais, estas vantagens "são simplesmente um elemento de contenção de preservação da paridade".

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