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Putin diz ao Ocidente que é 'impossível' derrotar a Rússia na Ucrânia

O presidente russo defendeu sua decisão de invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022 e disse que o Ocidente agora percebe que a Rússia não será derrotada

Putin: "Vou dizer o que estamos dizendo sobre este assunto e o que estamos transmitindo aos líderes americanos. Se realmente querem parar de lutar, devem parar de fornecer armas" (Mikhail Klimentyev/Getty Images)

Putin: "Vou dizer o que estamos dizendo sobre este assunto e o que estamos transmitindo aos líderes americanos. Se realmente querem parar de lutar, devem parar de fornecer armas" (Mikhail Klimentyev/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 9 de fevereiro de 2024 às 06h56.

O presidente Vladimir Putin disse ao Ocidente que uma derrota da Rússia na Ucrânia é "impossível", em uma longa entrevista com o jornalista conservador americano Tucker Carlson, transmitida nesta quinta-feira, 8.

Carlson, próximo ao candidato à Casa Branca e ex-presidente republicano Donald Trump, fez poucas perguntas difíceis e ouviu os pontos de vista de Putin sobre a história russa, retratando o país como vítima de traições ocidentais.

Confira detalhes da entrevista com Putin

O presidente russo defendeu sua decisão de invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022 e disse que o Ocidente agora percebe que a Rússia não será derrotada, apesar da ajuda dos Estados Unidos, Europa e Otan a Kiev.

"Houve alvoroço e clamor sobre infligir uma derrota estratégica à Rússia no campo de batalha, mas agora aparentemente estão percebendo que é difícil conseguir isso, se é que é possível. Na minha opinião, é impossível por definição", afirmou. "Nunca vai acontecer".

Ele também aproveitou para enviar uma mensagem ao Congresso dos Estados Unidos, onde os republicanos, sob a influência de Trump, estão cada vez mais relutantes em continuar apoiando a Ucrânia com armas e ajuda militar.

"Vou dizer o que estamos dizendo sobre este assunto e o que estamos transmitindo aos líderes americanos. Se realmente querem parar de lutar, devem parar de fornecer armas", disse.

Quando perguntado se Moscou consideraria invadir outros países da região como Polônia e Letônia, que são membros da Otan, Putin respondeu "não ter interesse".

"Você pode imaginar um cenário em que envie tropas russas para a Polônia?", perguntou Carlson. "Apenas em um caso, se a Polônia atacar a Rússia", respondeu Putin. E acrescentou: "Não temos interesse na Polônia, Letônia ou qualquer outro lugar. Por que faríamos isso? Simplesmente não temos interesse".

Além disso, o presidente russo descartou que as relações entre Washington e Moscou vão mudar com a eleição de um novo presidente americano em 5 de novembro, provavelmente em um confronto entre o democrata Joe Biden e Trump.

"Você acabou de me perguntar se vem outro líder e muda alguma coisa? Não se trata do líder. Não se trata da personalidade de uma pessoa em particular", respondeu na entrevista, gravada na terça-feira.

'Sem tabus'

Carlson não fez perguntas a Putin sobre sua relação com Trump.

Quando era presidente e desde que foi derrotado por Biden nas eleições de 2020, Trump elogiou repetidamente Putin.

O magnata republicano não condenou a invasão da Ucrânia e afirma em seus comícios que, se fosse reeleito, poderia resolver a guerra em "24 horas", embora sem dizer como.

Por outro lado, Biden chamou Putin de "criminoso de guerra" e tornou o apoio ao governo ucraniano uma das prioridades de sua administração.

Na entrevista de mais de duas horas com o ex-apresentador da Fox News, Putin também estimou que "pode ser alcançado um acordo" sobre o jornalista americano Evan Gershkovich, detido há quase um ano.

"Não há tabus para resolver este assunto. Estamos dispostos a resolvê-lo, mas há certas condições que estão sendo discutidas através dos canais dos serviços especiais. Acredito que um acordo pode ser alcançado", declarou Putin.

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