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Putin defende trabalho com EUA após atentado em Boston

Presidente russo disse nesta quinta que o atentado prova que a linha dura do seu governo com insurgentes no Cáucaso é justificada

Mulher assiste televisores transmitindo o discurso em rede nacional do presidente russo Vladimir Putin em uma loja de eletrônicos em Sochi (Alexander Demianchuk/Reuters)

Mulher assiste televisores transmitindo o discurso em rede nacional do presidente russo Vladimir Putin em uma loja de eletrônicos em Sochi (Alexander Demianchuk/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2013 às 10h07.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que o atentado de Boston prova que a linha dura do seu governo com insurgentes no Cáucaso é justificada, e afirmou que a Rússia e os EUA precisam intensificar sua cooperação em temas de segurança.

Todos os anos, Putin se prontifica a responder a algumas perguntas feitas por telefone pela população. Neste ano, foram quase 2 milhões de questões, e ele, no segundo ano do seu terceiro mandato, usou o evento para transmitir a imagem de um homem que continua firmemente no controle do país, sem medo de críticas internas ou externas.

"Se realmente unirmos nossos esforços, não vamos permitir esses ataques nem sofreremos tais perdas", disse Putin sobre o atentado em Boston.

Críticos dizem que essas entrevistas populares estão cada vez mais previsíveis, pois sempre são selecionadas perguntas de operários-padrão, pilotos militares e mães em dificuldades.

Mas desta vez ele permitiu algumas manifestações críticas, e o ex-ministro de Finanças Alexei Kudrin o responsabilizou pelo declínio econômico russo. Putin minimizou as críticas e, em tom de brincadeira, chamou Kudrin de "preguiçoso".

Outros assuntos respondidos por Putin incluíam aposentadorias, o sistema rodoviário e os migrantes de origem chechena acusados de cometerem o atentado de 15 de abril em Boston.

Ele evitou críticas aos EUA por não terem conseguido impedir o atentado em Boston, apesar de a Rússia ter anteriormente manifestado preocupação sobre os dois irmãos chechenos. Mas ele aproveitou o fato para justificar o uso da força contra militantes islâmicos contrários ao domínio russo sobre o Cáucaso.

"Sempre dissemos que são necessárias ações, não declarações. Agora dois criminosos confirmaram a correção da nossa tese", disse Putin, ex-espião da KGB que firmou sua hegemonia política ao esmagar um movimento separatista checheno há mais de uma década.

As declarações dele salientam sua intenção de usar as preocupações com a segurança para obter uma cooperação mais estreita com os EUA na fase que antecede à Olimpíada de Inverno em Sochi, no sul da Rússia, em fevereiro de 2014.

Essa foi a primeira entrevista pública de Putin desde que voltou à presidência, em maio passado, depois de passar quatro anos como primeiro-ministro. O evento, transmitido para todo o país pela TV, ocorre quase anualmente desde 2001, mas não aconteceu no ano passado.

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