O nome de Snowden aparece junto com dezenas de outros neste decreto, publicado no site do governo russo (Jörg Carstensen/picture alliance/Getty Images)
AFP
Publicado em 26 de setembro de 2022 às 15h36.
Última atualização em 26 de setembro de 2022 às 16h08.
Em um decreto publicado nesta segunda-feira, 26, o presidente Vladimir Putin concedeu a nacionalidade russa a Edward Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), refugiado na Rússia desde 2013 após deixar os Estados Unidos.
O nome de Snowden aparece junto com dezenas de outros neste decreto, publicado no site do governo russo.
Edward Snowden, de 39 anos, é reivindicado pelos Estados Unidos por ter vazado para a imprensa dezenas de milhares de documentos que comprovam a amplitude da vigilância eletrônica praticada por Washington.
Seus vazamentos provocaram fortes tensões entre Estados Unidos e seus aliados. A decisão das autoridades russas de conceder-lhe uma permissão de residência causou grande indignação em Washington.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou à agência RIA Novosti que foi o próprio Snowden quem solicitou a nacionalidade russa.
O advogado russo do ex-consultor de inteligência Anatoli Kucherena afirmou que Snowden não será afetado pela ordem de mobilização para a ofensiva na Ucrânia, decretada pelo presidente Vladimir Putin na semana passada para determinadas categorias da população.
"Ele não serviu no Exército russo e, portanto, segundo a nossa legislação atual, não entra nessa categoria de cidadãos que estão sendo convocados", declarou à agência RIA Novosti.
Segundo Peskov, a companheira de Snowden, Lindsay Mills, também solicitou nacionalidade russa e sua filha já a possui, porque nasceu na Rússia.
Edward Snowden, privado de seu passaporte americano a pedido das autoridades de Washington, chegou a Moscou em 2013 procedente de Hong Kong, com a ideia de encontrar refúgio na América Latina. No final, acabou bloqueado na Rússia, onde recebeu asilo.
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