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Putin acata pedido de chefes militares para formalizar atuação de mercenários na guerra na Ucrânia

Líder russo disse que mudança deve ser feita "o mais rápido possível" depois que o chefe do grupo Wagner se recusou a assinar contratos com o Ministério da Defesa

A fala de Putin, que apareceu no evento cercado do alto escalão do Kremlin, vai ao encontro da iniciativa defendida pelo ministro da Defesa, Sergei Shoigu (AFP/AFP)

A fala de Putin, que apareceu no evento cercado do alto escalão do Kremlin, vai ao encontro da iniciativa defendida pelo ministro da Defesa, Sergei Shoigu (AFP/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de junho de 2023 às 17h54.

Última atualização em 15 de junho de 2023 às 18h22.

O presidente Vladimir Putin pediu que os “destacamentos voluntários” da Rússia que combatem na Ucrânia sejam colocados sob o controle direto do Ministério da Defesa, depois que um pedido do chefe da Pasta para formalizar a situação dos paramilitares que atuam na guerra foi abertamente recusado pelo líder do grupo mercenário Wagner.

"Isso tem de ser feito e tem de ser feito o mais rápido possível — disse Putin durante um encontro com um grupo de blogueiros pró-guerra na terça-feira, acrescentando que estava “de acordo com o bom senso, com a prática estabelecida e a lei”.

Fala de Putin no Kremlin

A fala de Putin, que apareceu no evento cercado do alto escalão do Kremlin, vai ao encontro da iniciativa defendida pelo ministro da Defesa, Sergei Shoigu, de forçar grupos mercenários a assinar contratos com o ministério até 1º de julho — uma ordem que o chefe do Wagner, Yevgeny Prigojin, se recusou a seguir.

"Quando começamos a participar dessa guerra, ninguém disse que seríamos obrigados a fechar acordos com o Ministério da Defesa", declarou Prigojin na quarta-feira, em uma rara repreensão direta ao presidente. "Nenhum dos combatentes do Wagner está pronto para seguir novamente o caminho da vergonha. E por isso ninguém vai assinar contratos."

Prigojin afirmou ainda que acredita que Putin encontrará um “compromisso” para o Wagner.

No domingo, ele já havia dito que não acataria a ordem de Shoigu, a quem criticou por não conseguir “gerenciar adequadamente as formações militares”, em mais um episódio do longo embate Prigojin e o ministro da Defesa, que trouxe à tona a desunião nas fileiras de Moscou e brigas internas sobre o gerenciamento das tropas russas na Ucrânia.

A intervenção de Putin, nesse sentido, é vista como um grande impulso para Shoigu, um aliado de longa data do presidente que enfrenta pressão política pelos esforços vacilantes das tropas russas na Ucrânia. Também colocou Prigojin em sua posição mais precária desde o início da invasão, em fevereiro do ano passado.

O Wagner viveu seu ápice na guerra quando suas tropas capturaram gradualmente Bakhmut, em maio, dando a Moscou sua primeira vitória militar tangível desde meados do ano passado. No início deste mês, porém, Prigojin anunciou que seus soldados haviam recuado em grande parte da cidade do leste ucraniano, a maioria das quais capturadas após sofrerem pesadas baixas.

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