Protestos no Kuwait visam saída do primeiro-ministro
Organizadores do protesto querem a substituição do primeiro-ministro e alguns exigem a indicação de um político que não seja da mesma família
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2011 às 15h08.
Kuweit - Grupos de jovens kuweitianos tomarão as ruas na terça-feira para exigir a queda do primeiro-ministro e por mais liberdade política no país do Golfo Pérsico, o quarto maior exportador mundial de petróleo.
Inspirados pelos levantes árabes no Oriente Médio e no norte da África que derrubaram os líderes da Tunísia e do Egito, os protestos aumentarão a pressão por reformas políticas.
Os organizadores do protesto querem a substituição do primeiro-ministro, o xeque Nasser al-Mohammad al-Sabah, e alguns deles exigem a indicação de um político que não seja na família de al-Sabah, que vem governando o Kuweit há cerca de 250 anos.
"Também distribuiremos melancias aos parlamentares enquanto eles estiverem entrando no Parlamento na terça-feira, como símbolo do caos e da insatisfação com o desempenho deles", disse Mubarak Alhaza, membro do movimento de jovens Kafi (Basta), à Reuters.
O Kuweit abriga o Parlamento mais ativo da região do Golfo, mas não permite a existência de partidos políticos. O Parlamento é formado por indivíduos que formam blocos frouxos.
Shafiq Ghabra, professor de ciência política da Universidade do Kuweit, afirmou que espera que os protestos de terça-feira sejam mais calmos dos que ocorreram em outros países do Golfo.
"Estamos falando sobre reformas nos direitos políticos, na governança, no gabinete e na educação. Em cada país, o movimento tem uma natureza diferente. No Kuweit, o movimento não é para acabar com o regime, mas reformar a política", disse Ghabra.
O primeiro-ministro, sobrinho do governante, já sobreviveu a duas moções de não-cooperação no Parlamento desde que foi indicado pelo emir em 2006. Todos as outras pastas importantes, como Defesa, Interior e Relações Exteriores, também são comandadas pelos al-Sabahs. O emir tem a palavra final sobre todas as questões políticas.
"Achamos que esta é a hora para essa mudança, que permitirá uma correção nas políticas de tomada de decisão", disse Abdullah al-Neibari, do bloco liberal Fórum Democrático.