Manifestantes em Caracas: é a segunda manifestação realizada pela MUD desde a eleição da Assembleia Nacional Constituinte (Andres Martinez Casares/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de agosto de 2017 às 18h30.
Caracas - O protesto convocado pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição, contra a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela teve uma participação muito baixa, aquém do esperado, e bastante diferente das manifestações realizadas nos últimos meses no país.
O protesto, que ocorreria entre as 12h e 18h locais, começou com atraso de mais de uma hora e, até o momento, ocorre em apenas alguns pontos do leste de Caracas. Na região, alguns poucos manifestantes bloqueiam as ruas com barricadas.
A Agência Efe constatou que no oeste de Caracas, no setor de El Paraíso, houve pouca participação. A região foi uma das mais ativas em protestos até então, sendo também um alvo de reiteradas operações de busca e apreensão nas casas de manifestantes.
A MUD afirmou pelo Twitter que a Guarda Nacional Bolivariana está vigiando os arredores de Altamira, principal área controlada pela oposição, para impedir o protesto dos cidadãos.
O deputado opositor Juan Requesens indicou aos jornalistas que o protesto foi convocado contra a ditadura de Nicolás Maduro e reiterou que as manifestações pelo "resgate da democracia" continuarão a ser realizadas.
Por sua vez, o deputado Juan Andrés Mejía publicou uma foto no Twitter onde é possível ver a principal avenida de Caracas, a Francisco Fajardo, com pouca presença de veículos.
Em estados como Carabobo e Nueva Esparta também foram registrados alguns "trancazos", nome dado pela oposição pelos protestos que bloqueiam as principais ruas do país.
Essa é a segunda manifestação realizada pela MUD desde a eleição da Assembleia Nacional Constituinte no último dia 30 de julho.
Depois do pleito e após semanas de "trancazos" contínuos e duas greves gerais, as ruas de Caracas e da maior parte das cidades venezuelanas estão tranquilas.
A Venezuela vive desde abril uma onda de protestos contra Maduro que se agravaram quando o presidente convocou a Constituinte. A crise se intensificou no último domingo, quando cerca de 20 homens uniformizados se rebelaram em um quartel do Exército. A ação terminou com três mortos e oito presos.
Algumas das recentes manifestações foram dispersadas com violência pelas forças de segurança. Até o momento, segundo o Ministério Público da Venezuela, 120 pessoas morreram e milhares ficaram feridas ou foram presas.