Mundo

Proposta do governo Milei pede redução da maioridade penal para 13 anos na Argentina

Iniciativa foi apresentada pelos ministros da Justiça e da Segurança e será enviada para votação no Congresso em caráter de urgência

Javier Milei, presidente da Argentina (Tiziana Fabi/AFP)

Javier Milei, presidente da Argentina (Tiziana Fabi/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 28 de junho de 2024 às 20h39.

Tudo sobreArgentina
Saiba mais

O governo do presidente argentino Javier Milei apresentou nesta sexta-feira um projeto de lei para reduzir a maioridade penal de 16 para 13 anos. A medida, chamada de Regime Penal Juvenil, foi anunciada pelo ministros da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, e da Segurança, Patricia Bullrich, e será enviada nos próximos dias ao Congresso. Em nota, o governo pediu aprovação em caráter de urgência.

De acordo com o texto, a pena máxima para menores condenados será de 20 anos, mesmo a sentença possa ser maior considerando a somatória de outros crimes.

— Essa nova lei combaterá o crescimento persistente do crime juvenil, um dos maiores desafios para a prosperidade de nossa nação — afirmou o ministro da Justiça. — É de conhecimento geral que o crime organizado se aproveita de crianças e adolescentes para cometer crimes sem restrições, evitando assim a responsabilidade criminal.

Se aprovado, o novo regime abrangerá adolescentes entre 13 e 18 anos condenados por crimes previstos no Código Penal. Segundo o governo, a iniciativa propõe uma "mudança de paradigma".

— Estamos aqui para cumprir uma obrigação de nossa sociedade. Nossa sociedade não quer impunidade. Não quer que seus filhos ou pais sejam mortos, e não quer que aqueles que cometem um crime não tenham consequências — disse Bullrich durante a apresentação.

De acordo com o projeto, criminosos com até 18 anos cumprirão suas penas em instituições especiais ou seções separadas dentro dos complexos penitenciários.

— De agora em diante, o crime, e o pior deles é sempre a morte, terá consequências e essas consequências estarão de acordo com a idade de quem o comete. A decisão do presidente Javier Milei e das equipes conjuntas dos Ministérios da Segurança e da Justiça é atender a uma sociedade que exige respostas — disse a ministra.

A iniciativa também pressupõe que, se o sistema judiciário impuser uma sentença condicional, "medidas complementares devem ser aplicadas conjuntamente, como aconselhamento e orientação, participação em programas educacionais, treinamento para a cidadania, treinamento para o trabalho, participação em serviços de saúde, tratamento médico ou psicológico, obrigação de procurar e, se possível, obter um emprego, participação em tribunais, proibição de bebidas alcoólicas e drogas".

Além disso, em penas entre três a seis anos — exceto em caso de morte, violência física ou psicológica grave e lesões graves em crimes culposos —, a punição poderá ser substituída por condições como proibição de se aproximar da vítima e de seus familiares, de dirigir veículos, de frequentar certos lugares, de deixar o país, além de realização de serviço comunitário e uso de tornozeleira eletrônica.

Há, ainda, medidas para menores de 13 anos, que seriam inimputáveis, envolvidos em ato ilícito. Nesses casos, o juiz deverá realizar uma avaliação psicológica e, se for comprovado risco de reincidência, o menor poderá ser internado para reabilitação social.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaJavier Milei

Mais de Mundo

Putin diz que Rússia deveria produzir mísseis de médio alcance, proibidos por tratado da Guerra Fria

ONG denuncia 46 prisões políticas durante campanha eleitoral na Venezuela

Governadora Gretchen: quem é a democrata cotada para substituir Biden contra Trump

Rússia ameaça Otan com 'confronto direto' por drones americanos no Mar Negro

Mais na Exame