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Promotora que processa Trump se defende no tribunal de tentativa de afastamento

Trump pediu afastamento da promotora Fani Willis após revelações de que ela tinha um relacionamento com o procurador-especial Nathan Wade

Willis, que admitiu o relacionamento amoroso, negou na audiência de quinta-feira uma conduta profissional inapropriada
AFP

Agência de notícias

Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 09h48.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2024 às 09h54.

Uma promotora do estado da Geórgia que apresentou acusações contra o ex-presidente Donald Trump por tentativa de anular os resultados das eleições de 2020 se defendeu na quinta-feira, 15, de um suposto conflito de interesses.

O ex-presidente e vários corréus pediram ao juiz da Suprema Corte do condado de Fulton, Scott McAfee, para inabilitar a promotora distrital Fani Willis após revelações de que ela tinha um relacionamento com o procurador-especial Nathan Wade, que ela designou para investigar o caso.

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Willis, que admitiu o relacionamento amoroso, negou na audiência de quinta-feira uma conduta profissional inapropriada e acusou os advogados do ex-presidente republicano de divulgar "mentiras".

"É extremamente ofensivo", declarou, depois de ser obrigada a revelar detalhes de sua vida particular no tribunal, em um processo com transmissão pela TV.

O juiz McAfee deve decidir se a relação entre a promotora e Wade representou ou não um conflito de interesses.

Os advogados de Trump querem a rejeição das acusações contra seu cliente na Geórgia com a alegação de que a promotora incorreu em má conduta profissional devido a uma relação íntima.

Para o ex-presidente e os corréus, Willis e Wade tiveram uma "relação pessoal íntima inapropriada".

Os advogados afirmaram no tribunal que o pagamento de 650.000 dólares que Wade recebeu por seu trabalho permitiu que ele oferecesse "férias de luxo" à promotora Willis, incluindo um cruzeiro no Caribe.

"Não estou em julgamento"

O pedido de Trump é "infundado", afirmou em um documento judicial a promotora Willis, que disse que não tinha nenhum relacionamento com Wade quando o contratou em novembro de 2021.

Ao falar sobre a viagem ao Caribe, Fani Willis afirmou que cada um pagou as próprias férias e que ela geralmente o reembolsava em dinheiro.

"Não preciso que ninguém pague minhas contas. O único homem que pagou minhas contas foi meu pai", declarou.

O procurador Nathan Wade também prestou depoimento na audiência e afirmou que a relação com Willis começou em 2022. Ele disse que não obteve nenhum benefício econômico pessoal com a função de procurador-especial.

"Nossa relação não era um segredo, era apenas algo privado", disse Wade.

Porém, Robin Bryant Yeartie, ex-amiga e colega da promotora, afirmou no tribunal que tem conhecimento de que Willis e Wade iniciaram um "relacionamento pessoal romântico" no final de 2019.

Fani Willis rebateu: "Ela traiu nossa amizade".

Pressionada, a promotora contra-atacou os acusadores, ao afirmar que eles são julgados "por tentar roubar uma eleição em 2020".

"Eu não estou em julgamento, não importa o quanto tentem me julgar", declarou.

O juiz McAfee agendou outra audiência para a apresentação de argumentos no tribunal.

Favorito nas primárias republicanas para a eleição presidencial de novembro, Trump se declarou inocente no caso da Geórgia, estado em que o presidente Joe Biden venceu a eleição de 2020 por 12.000 votos.

A promotora Fani Willis solicitou que o julgamento do ex-presidente e de outros 14 acusados comece em 5 de agosto.

O republicano é alvo de vários processos.

Na quinta-feira, Trump compareceu a um tribunal de Nova York para um dos processos, sobre o suposto pagamento ilegal para obter o silêncio de uma atriz pornô.

O juiz anunciou que ele deverá comparecer para um julgamento criminal a partir de 25 de março, o primeiro na história de um ex-presidente dos Estados Unidos.

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