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Proliferação de coronavírus é preocupante, mas não é pandemia, diz OMS

Preocupação da OMS aumenta sensação crescente de que uma rápida proliferação do coronavírus é inevitável

Coronavírus: primeiro caso da doença no Brasil foi confirmado (Manuel Silvestri/Reuters)
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Reuters

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 09h23.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2020 às 10h03.

A Ásia relatou centenas de novos casos de coronavírus nesta quarta-feira, incluindo o primeiro soldado norte-americano a ser infectado, e os Estados Unidos alertaram para uma pandemia inevitável, enquanto surtos na Itália e no Irã se propagaram para mais países.

Uma autoridade graduada da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu maiores preparativos para o surto, o que aumentou uma sensação crescente de que uma proliferação rápida do vírus em mais lugares é inevitável.

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O aumento repentino de casos do novo coronavírus na Itália, no Irã e na Coreia do Sul é "profundamente preocupante", mas o vírus ainda pode ser contido e não chega a ser uma pandemia, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde ( OMS ), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta quarta-feira.

"Usar a palavra pandemia de forma descuidada não traz benefícios tangíveis, mas de fato tem um risco significativo em termos de amplificar medo e estigma desnecessários e injustificados e paralisar sistemas. Isso também pode sinalizar que não podemos mais conter o vírus, o que não é verdade", disse Ghebreyesus a diplomatas de Genebra.

Ele também afirmou que uma missão da OMS no Irã — que deveria inicialmente ir para a República Islâmica na terça-feira — viajaria no fim de semana.

As bolsas de valores despencaram em todo o mundo pelo quinto dia, a cotação do ouro voltou a subir, aproximando-se de altas de sete anos, e os rendimentos dos títulos dos EUA se aproximaram de baixas recordes depois que governos e autoridades de saúde alertaram para uma pandemia de coronavírus.

Os mercados de ações globais perderam 3,3 trilhões de dólares nos quatro últimos pregões, como medido pelo índice mundial MSCI, que computa ações de 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.

No Brasil, uma contraprova realizada pelo governo confirmou o primeiro caso do novo coronavírus no país e na América Latina, disse uma fonte nesta quarta-feira, depois de o hospital Albert Einstein ter informado a possível infecção, em São Paulo, de um homem de 61 anos que esteve na Itália.

Nos EUA, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) também exortou os norte-americanos a se prepararem, dizendo que, embora o risco imediato seja baixo no país, a situação global indica que uma pandemia é provável.

"Não é uma questão de se. É uma questão de quando e quantas pessoas serão infectadas", disse a principal vice-diretora do CDC, Anne Schuchat, na terça-feira. Os EUA relataram 57 casos do vírus.

A Comissão Nacional de Saúde da China relatou outras 406 infecções novas nesta quarta-feira, menos do que as 508 do dia anterior, um número que elevou o total de casos confirmados na China continental a 78.064. O saldo de mortes aumentou em 52 e chegou a 2.715.

Os militares dos EUA disseram que um soldado de 23 baseado em Camp Carroll, que se localiza a cerca de 20 quilômetros de Daegu, se contaminou e cumpre uma quarentena voluntária em casa.

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