Mundo

Progresso da Ásia para reduzir desigualdade de gênero é lento

As Filipinas e a Nova Zelândia são os únicos países da região Ásia-Pacífico classificados entre os dez primeiros no Índice Global de Diferença entre Gêneros

Igualdade de gênero: as Filipinas também alcançaram a paridade de gênero nas categorias educação e saúde e sobrevivência (Chris McGrath/Getty Images)

Igualdade de gênero: as Filipinas também alcançaram a paridade de gênero nas categorias educação e saúde e sobrevivência (Chris McGrath/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 17h44.

Cingapura - As Filipinas e a Nova Zelândia lideram o grupo da Ásia-Pacífico no quesito melhor igualdade de gênero, mas o resto da região ainda tem algum caminho pela frente para melhorar seu status.

A Índia está lutando para melhorar suas taxas de saúde feminina, apesar de ter avançado em igualdade salarial e educação, e a diferença de gênero na China não mudou nos últimos dez anos principalmente devido a um declínio na porcentagem de mulheres que entram na força de trabalho, disse Samantha Amerasinghe, economista do Standard Chartered, em um relatório recente baseado em conclusões anteriores do Fórum Econômico Mundial (FEM), com sede na Suíça.

As Filipinas e a Nova Zelândia são os únicos países da região Ásia-Pacífico classificados entre os dez primeiros no Global Gender Gap Index (Índice Global de Diferença entre Gêneros) entre os 144 países compilados pelo FEM.

Mesmo assim, ambos tiveram uma pontuação inferior à de uma década atrás e Cingapura, Índia e Bangladesh foram os únicos países asiáticos que subiram no ranking durante esse período.

De fato, o número de países incluídos no relatório, 115 em 2006, aumentou. Mas alguns declínios asiáticos continuam sendo significativos, porque o Sri Lanka caiu 87 posições, a China caiu 36 posições, a Malásia caiu 34 e o Japão, 32.

Assim como em 2006, as Filipinas continuam mais perto de fechar a brecha de gênero entre os países asiáticos, com ganhos notáveis em participação e oportunidades econômicas e no empoderamento político, disse Amerasinghe, que trabalha em Londres.

As Filipinas também alcançaram a paridade de gênero em dois indicadores: educação e saúde e sobrevivência.

O país conseguiu avançar colocando mulheres em empregos profissionais baseados em competências e aumentando a representação de mulheres em cargos de poder no governo e no setor privado, disse Amerasinghe.

Globalmente, porém, “os resultados do relatório de 2016 são desanimadores”, acrescentou ela.

“A lentidão do avanço do índice de oportunidade econômica para as mulheres aumenta a urgência de as mulheres entrarem em áreas de maior crescimento que requerem ciência, tecnologia, engenharia e matemática.”

De fato, a Ásia é em grande parte responsável por um declínio mundial na taxa de participação das mulheres, a porcentagem de mulheres em idade ativa que efetivamente faz parte da força de trabalho.

De 1990 a 2014, essa taxa caiu tanto na Índia quanto na China, de acordo com estimativas do Banco Mundial, de modo que a Ásia como um todo registrou um declínio nesse indicador, embora o nível geral continue alto segundo os padrões internacionais.

O progresso em igualdade econômica também continua difícil de alcançar, disse Amerasinghe, observando que houve uma desaceleração para o pior nível desde 2008, depois de um pico em 2013.

Na Ásia, nenhum país está classificado entre os dez primeiros na subcategoria de participação econômica em 2016, mas Cingapura e Filipinas estão entre os vinte primeiros.

Nesse ritmo, as mulheres alcançarão a igualdade salarial global dentro de 170 anos e a brecha econômica geral de gênero acabará até 2196, de acordo com as estimativas do FEM.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaMercado de trabalhoMulheresSaúde

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos