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Procuradoria de NY apresenta acusações contra ex-guerrilheiro das Farc

Jesús Santrich, que foi indicado pela antiga guerrilha para ocupar cadeira no Legislativo do país, é acusado de exportar cocaína para os EUA

Santrich: partido diz que acordo de paz que assinou em novembro de 2016 está em "seu ponto mais crítico" após prisão (Jaime Saldarriaga/Reuters)

Santrich: partido diz que acordo de paz que assinou em novembro de 2016 está em "seu ponto mais crítico" após prisão (Jaime Saldarriaga/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de abril de 2018 às 19h24.

A procuradoria federal para o distrito sul em Nova York apresentou nesta terça-feira acusações contra Jesús Santrich, um dos líderes da antiga guerrilha das Farc, e outros três capturados na Colômbia por conspirar e tentar exportar cocaína aos Estados Unidos.

Santrich, Marlon Marín, Fabio Simón Younes Arboleda e Armando Gómez conspiraram para exportar 10.000 quilos da droga e, se forem considerados culpados, podem ser condenados a dez anos ou até mesmo prisão perpétua, segundo afirmou a procuradoria em comunicado.

Santrich, que fez parte da equipe negociadora nos diálogos de paz que puseram fim a mais de cinco décadas de conflito armado na Colômbia, é um dos cinco designados pela antiga guerrilha para ocupar uma cadeira na Câmara dos Representantes na legislatura que começa no próximo dia 20 de julho.

Os quatro foram capturados ontem com fins de extradição após um pedido do Departamento de Justiça dos EUA através da procuradoria de Nova York.

Os fatos pelos quais são acusados ocorreram entre junho de 2017 e abril deste ano.

De acordo com a procuradoria, os acusados tiveram acesso durante esse período a laboratórios para suprir a cocaína e a aviões com registro nos EUA para transportar toneladas da droga dentro e através do país.

"Como se alega na acusação, os acusados conspiraram para enviar milhares de quilogramas de cocaína da Colômbia às ruas dos EUA", disse o procurador federal Geoffrey S. Berman no comunicado.

A antiga guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, transformada no partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum, advertiu hoje que o acordo de paz que assinou em novembro de 2016 está em "seu ponto mais crítico" pela detenção com fins de extradição de Santrich.

Por sua vez, a presidente da Jurisdição Especial para a Paz (JEP), Patricia Linares, afirmou que esse tribunal verificará quando foram cometidos os supostos crimes pelos quais foi detido o ex-chefe guerrilheiro para determinar se procede ou não sua extradição aos Estados Unidos.

A data é importante porque se foi antes de 1º de dezembro de 2016, quando entrou em vigor o acordo definitivo de paz assinado pelas Farc no 24 de novembro anterior, Santrich estaria coberto pelo compromisso do governo colombiano de não extraditar membros dessa guerrilha.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou na segunda-feira que o acordo de paz "é claro" ao assinalar que quem cometa crimes depois dessa data "será submetido à jurisdição ordinária pelos novos crimes cometidos".

Nesse sentido, o procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, garantiu que a ordem de captura emitida pela Interpol para a captura de Santrich "dá conta de fatos que teriam ocorrido a partir do mês de junho de 2017 e até abril de 2018".

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