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Procuradora do Peru confirma pedido de investigação de Kuczynski

A procuradora solicitou que se abra uma investigação preliminar por suposto favorecimento da Odebrecht em favor da Latin América Enterprise

Pedro Pablo Kuczynski: o governo peruano criticou o pedido da procuradora por "estar baseado em reportagens jornalísticas" (Mariana Bazo/Reuters)

Pedro Pablo Kuczynski: o governo peruano criticou o pedido da procuradora por "estar baseado em reportagens jornalísticas" (Mariana Bazo/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de março de 2017 às 17h34.

Lima - A procuradora que investiga o escândalo das propinas pagas pela Odebrecht no Peru, Katherine Ampuero, confirmou nesta segunda-feira que pediu uma investigação preliminar contra o presidente do país, Pedro Pablo Kuczynski, por suspeita de benefício econômico a uma companhia vinculada a ele.

Em entrevista coletiva, a procuradora disse que solicitou que se abra uma investigação preliminar por "supostas operações suspeitas e supostos favorecimento da Odebrecht Latinvest Peru em favor da Latin América Enterprise, a qual o presidente estaria vinculado".

Ampuero disse que seu trabalho é "sério e responsável" e que ela não atua em função de "manchetes de jornais", rebatendo as críticas de que o pedido de investigação de Kuczynski ter sido vazado e publicado por uma publicação local no último sábado.

De acordo com o jornal "Correo", Ampuero enviou um ofício ao Promotor-Geral da Nação, Pablo Sánchez, onde cita a informação na qual "aparecem 69 nomes com operações suspeitas em suas contas bancárias, entre as quais está o atual presidente da República, Pedro Pablo Kuczynski".

Segundo o jornal, a procuradora também incluiu informações citadas em uma matéria produzida pelo "La Mira TV", de Nova York.

A reportagem diz que a Odebrecht Latinvest Peru realizou remessas a Latin América Enterprise, uma companhia ligada a Kuczynski.

Também consta na documentação o relatório da Unidade de Inteligência Financeira, que encontrou pagamentos da Odebrecht durante a campanha eleitoral do ano passado a diversos candidatos, entre eles o presidente peruano.

O governo peruano criticou o pedido da procuradora por "estar baseado em reportagens jornalísticas" e sugeriu que faça correções em sua atuação.

Ampuero disse que o ex-diretor da Odebrecht no Peru Jorge Barata está atuando como um colaborador eficaz da Procuradoria e que a duração dessa parceira depende da velocidade em que decida fornecer novas informações.

Nesse sentido, Ampuero pediu que a Odebrecht forneça informações completas à procuradoria, para que o órgão possa realizar seu trabalho, e então, possa se sentar com a empresa e o governo para "determinar o montante da reparação civil".

A Odebrecht admitiu ao Departamento de Justiça dos EUA que pagou US$ 29 milhões no Peru, entre 2005 e 2014, um período que compreende os governos de Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala.

Toledo foi acusado de ter recebido US$ 20 milhões para que a Odebrecht vencesse a licitação da construção de uma estrada. Kuczynski era primeiro-ministro e ministro da Economia do governo do ex-presidente.

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