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Procurador-geral egípcio apresenta sua renúncia

Mahmud anunciou na sexta-feira passada que tomaria essa decisão para evitar investigar quem o retirou do cargo


	Opositor de Mursi exibe uma bandeira em que se lê "'Te amo, Egito. Fora, Mursi", em Alexandria
 (AFP)

Opositor de Mursi exibe uma bandeira em que se lê "'Te amo, Egito. Fora, Mursi", em Alexandria (AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2013 às 10h11.

Cairo - O procurador-geral do Egito, Abdelmeguid Mahmud, apresentou nesta terça-feira sua renúncia ao Conselho Superior da Magistratura 'por não poder continuar com sua responsabilidade', informou a agência estatal de notícias 'Mena'.

Mahmud anunciou na sexta-feira passada que tomaria essa decisão para evitar investigar quem o retirou do cargo - o presidente deposto Mohammed Mursi.

'O Egito está enfrentando o perigo da conspiração das forças do mal que querem a discórdia e a divisão do país, o que nos obriga todos a nos unirmos para defender os valores da justiça e da lei', apontou Mahmoud.

O então procurador-geral disse que exerceu seu posto 'comprometido em devolver a independência à Procuradoria-Geral, de modo que fosse fiel à pátria e não a nenhum outro grupo ou corrente'.

Mahmoud, que quer se incorporar a outro cargo dentro do Judiciário, foi restituído oficialmente na quinta-feira passada como procurador-geral, depois que o Tribunal de Cassação egípcio emitiu uma sentença definitiva que invalidava a nomeação de Talaat Ibrahim.

O tribunal se pronunciou sobre um recurso que o próprio Mahmoud havia interposto contra sua cessação por parte de Mursi em novembro passado, em uma medida que lhe rendeu a rejeição da maior parte da magistratura.

Mursi se deu a autoridade, em sua polêmica declaração constitucional emitida no último 22 de novembro, de exonerar o procurador-geral, o que até então era uma prerrogativa judicial, e substituiu Mahmoud, criticado como próximo ao regime de Hosni Mubarak, pelo juiz Ibrahim.

Mahmoud justificou na semana passada o apelo contra sua substituição para 'defender a independência da Justiça e rejeitar a violação da lei da Constituição', que - na sua opinião - 'a autoridade mais alta do país' (a presidência) estava cometendo.

Logo após voltar à Procuradoria-Geral, tomou decisões como investigar e proibir sair do país a Mursi e a dirigentes da Irmandade Muçulmana por criticar o Poder Judiciário, e ordenou a detenção de alguns deles por instigar a violência.

O exército egípcio depôs no dia 3 Mursi, eleito há um ano, e designou como líder interino do país o presidente do Tribunal Constitucional, Adly Mansour, que deverá convocar e supervisionar as próximas eleições presidenciais. 

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