Procurador-geral dos EUA anuncia que deixará cargo
Aliado de Obama, Eric Holder foi o primeiro procurador-chefe negro do país
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 21h03.
Washington/Nova York - Eric Holder, uma voz liberal e um dos aliados mais próximos do presidente dos Estados Unidos , Barack Obama, disse nesta quinta-feira que irá renunciar ao cargo de procurador-geral dos EUA, que chefia o departamento de Justiça, depois de ter cumprido um mandato marcado por avanços em direitos civis e por frequentes batalhas com membros do Partido Republicano no Congresso.
Holder, o primeiro procurador-chefe negro do país, continuará no cargo até que um substituto seja nomeado e confirmado, disse Obama em um breve anúncio na Casa Branca.
Tendo Holder ao seu lado, Obama classificou a saída de seu amigo como "agridoce".
"Eu nunca deixarei o trabalho. Continuarei a servir", disse Holder, que passou seis anos no cargo e foi o procurador-geral com maior tempo de serviço no país.
A partida de Holder estabelece uma provável tensa batalha de confirmação com os republicanos no fim de mandato parlamentar no Senado, marcada para depois das eleições de 4 de novembro.
Os republicanos esperam conseguir a maioria no Senado nas eleições, fazendo com que Obama provavelmente nomeie um sucessor antes de o Congresso se reunir em janeiro.
O sucessor enfrentará uma série de desafios, incluindo administrar as iniciativas de contraterrorismo destinadas aos militantes do Estado Islâmico, equilibrar os direitos à privacidade contra as iniciativas de espionagem do governo, e decidir sobre a continuidade dos esforços para processar o ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden, que agora está na Rússia, por ter revelado segredos de inteligência.
Uma autoridade da Casa Branca disse que Obama ainda não tomou uma decisão sobre a substituição de Holder.
Holder defendeu vigorosamente muitas das posições mais liberais de Obama, incluindo o apoio a um maior controle de armas, o criticismo ao sistema penitenciário norte-americano e um desejo de julgar suspeitos de terrorismo em tribunais civis, ao invés de cortes militares.