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Procurador de Trump se recusa a proibir entrada de muçulmanos

Diante das perguntas dos senadores, Sessions disse ser contra a ideia de Trump de implementar um "bloqueio completo e total" da entrada de muçulmanos

Sessions: "Não apoio a ideia de proibir a entrada ao país aos muçulmanos como grupo religioso", disse Sessions perante o comitê judicial do Senado (Kevin Lamarque/Reuters)

Sessions: "Não apoio a ideia de proibir a entrada ao país aos muçulmanos como grupo religioso", disse Sessions perante o comitê judicial do Senado (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 16h54.

Washington - O senador Jeff Sessions, indicado por Donald Trump para ocupar o posto de procurador-geral dos Estados Unidos, rejeitou nesta terça-feira a ideia de proibir que os muçulmanos entrem no país para evitar ataques terroristas no território nacional, uma das propostas feitas pelo magnata republicano durante a corrida eleitoral.

"Não apoio a ideia de proibir a entrada ao país aos muçulmanos como grupo religioso", disse Sessions perante o comitê judicial do Senado, onde os legisladores avaliam sua indicação para se tornar o titular da Justiça dos EUA no novo governo de Trump.

Diante das perguntas dos senadores, Sessions disse ser contra a ideia de Trump de implementar um "bloqueio completo e total" da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.

Conhecido por suas duras posturas em termos de imigração, Sessions também foi questionado sobre o programa de Ação Diferida (Daca), proclamado pelo presidente Barack Obama em 2012 e que permitiu frear a deportação de mais 750 mil jovens que chegaram aos EUA ainda crianças e que são conhecidos como "dreamers" (sonhadores).

O senador confirmou sua oposição à lei, à qual chamou de "anistia em massa" e disse que apoiaria a decisão de Trump de acabar com o Daca, um programa que pode ser eliminado pelo milionário porque entrou em vigor por decreto do atual presidente.

"É muito questionável, na minha opinião, constitucionalmente essa ação executiva", disse Sessions.

Em meio à falta de detalhes, o senador democrata Dick Durbin pediu para Sessions esclarecer qual seria o futuro dos 750 mil jovens que graças ao Daca conseguiram conter sua deportação durante dois anos e contam com uma licença de trabalho.

Sessions não respondeu à pergunta e se limitou a dizer que os imigrantes com antecedentes penais seriam os primeiros a ser expulsos do país sob o futuro governo de Trump, uma ideia que o magnata já delineou após as eleições presidenciais em entrevista no canal "CBS".

"Fundamentalmente, necessitamos regular este sistema de imigração", ressaltou Sessions, que pediu aos companheiros do Legislativo para que reconheçam a "má situação" e trabalhem junto ao futuro poder Executivo de Donald Trump para resolver o problema migratório do país.

No Senado, Sessions se tornou uma das vozes mais duras contra os projetos legislativos debatidos pelo Congresso em 2007 e 2013 a fim de abrir um caminho à cidadania para alguns dos 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem no país.

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