Exame Logo

Prisão onde morreram 350 em Honduras já foi modelo

Na prisão atingida pelo incêndio ontem, os réus cultivavam a terra, criavam animais para seu sustento e ainda poderiam vender os produtos no mercado local

A prisão já teve diversas oficinas, o que contribuiu à reabilitação de muitos reclusos (Jose Cabezas/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2012 às 17h47.

Tegucigalpa - A Colônia Agrícola Penal de Comayagua, onde na terça-feira morreram mais de 350 presos em um incêndio, por muitos anos foi considerada uma prisão modelo na qual os réus cultivavam a terra, criavam porcos, galinhas e peixes para seu sustento e ainda poderiam vender os produtos no mercado local.

Com essa filosofia a prisão começou há mais de 30 anos na cidade de Comayagua, 80 quilômetros ao norte de Tegucigalpa. A prisão já teve diversas oficinas, o que contribuiu à reabilitação de muitos reclusos.

A fazenda fazia inveja nos outros centros penitenciários de Honduras, que há três décadas tinham uma população viável para os poucos guardas que as prisões sempre tiveram.

Na época não havia as temíveis gangues, o narcotráfico não tinha se espalhado pelo país, nem a maioria dos hondurenhos sabiam do sanguinário crime organizado.

Agora, as 24 prisões de Honduras são lugares altamente perigosos, verdadeiras armadilhas mortais, pela aglomeração, a insegurança, a deterioração de suas estruturas - algumas construídas há quase um século -, a lentidão da justiça e a corrupção administrativa, entre outros problemas.

A reitora da Universidade Nacional Autônoma de Honduras (Unah), Julieta Castellanos, lembrou à Agência Efe um projeto social que ela realizou na colônia agrícola com o incentivo das Nações Unidas e a cooperação da Suécia.


Esse projeto, de meados da década passada, orientou 140 jovens que desejavam se reintegrar à sociedade com uma oficina de padaria e outra de arte em metal, com as quais os detentos poderiam ganhar algum dinheiro para ajudar a sustentar suas famílias.

Na época, a colônia Agrícola Penal de Comayagua, na qual alguns detentos continuavam produzindo alimentos somente para vender no mercado local e sob controle das autoridades, já estava saturada, e segundo denúncias, a corrupção tinha chegado à administração penal.

A reitora disse que o programa de reabilitação dos detentos teve que ser suspenso porque a administração da prisão estava nas mãos da Polícia, que perdeu o controle dos recursos gerados pelos jovens.

Comovida pela tragédia da Colônia Penal, ela lamentou que esse tipo de desgraça 'continue sendo previsível' em Honduras.

Veja também

Tegucigalpa - A Colônia Agrícola Penal de Comayagua, onde na terça-feira morreram mais de 350 presos em um incêndio, por muitos anos foi considerada uma prisão modelo na qual os réus cultivavam a terra, criavam porcos, galinhas e peixes para seu sustento e ainda poderiam vender os produtos no mercado local.

Com essa filosofia a prisão começou há mais de 30 anos na cidade de Comayagua, 80 quilômetros ao norte de Tegucigalpa. A prisão já teve diversas oficinas, o que contribuiu à reabilitação de muitos reclusos.

A fazenda fazia inveja nos outros centros penitenciários de Honduras, que há três décadas tinham uma população viável para os poucos guardas que as prisões sempre tiveram.

Na época não havia as temíveis gangues, o narcotráfico não tinha se espalhado pelo país, nem a maioria dos hondurenhos sabiam do sanguinário crime organizado.

Agora, as 24 prisões de Honduras são lugares altamente perigosos, verdadeiras armadilhas mortais, pela aglomeração, a insegurança, a deterioração de suas estruturas - algumas construídas há quase um século -, a lentidão da justiça e a corrupção administrativa, entre outros problemas.

A reitora da Universidade Nacional Autônoma de Honduras (Unah), Julieta Castellanos, lembrou à Agência Efe um projeto social que ela realizou na colônia agrícola com o incentivo das Nações Unidas e a cooperação da Suécia.


Esse projeto, de meados da década passada, orientou 140 jovens que desejavam se reintegrar à sociedade com uma oficina de padaria e outra de arte em metal, com as quais os detentos poderiam ganhar algum dinheiro para ajudar a sustentar suas famílias.

Na época, a colônia Agrícola Penal de Comayagua, na qual alguns detentos continuavam produzindo alimentos somente para vender no mercado local e sob controle das autoridades, já estava saturada, e segundo denúncias, a corrupção tinha chegado à administração penal.

A reitora disse que o programa de reabilitação dos detentos teve que ser suspenso porque a administração da prisão estava nas mãos da Polícia, que perdeu o controle dos recursos gerados pelos jovens.

Comovida pela tragédia da Colônia Penal, ela lamentou que esse tipo de desgraça 'continue sendo previsível' em Honduras.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaIncêndiosMortesPrisões

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame