Principal partido da direita francesa está à beira da cisão
Fillon anunciou nesta terça a criação desta nova bancada
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2012 às 18h58.
Paris - A guerra interna da direita francesa, iniciada há 10 dias pela liderança do principal partido de oposição, UMP, continuava nesta terça-feira, com a criação de uma nova bancada parlamentar pelo ex-primeiro-ministro François Fillon, que rejeita o resultado da eleição interna, vencida por seu adversário Jean-François Copé, e pede uma nova votação.
Fillon anunciou nesta terça a criação desta nova bancada, uma separação sem divórcio por enquanto, já que não abandona a UMP, e afirma que o grupo de parlamentares que o apoia será "dissolvido quando uma nova votação for realizada" para eleger o presidente da UMP (União por um Movimento Popular).
Fillon considera que a eleição interna -que gerou acusações recíprocas de fraude- não é válida e pede "uma nova eleição" em um prazo "de três meses monitorada por uma comissão independente".
Paralelamente, Copé, que teve a sua eleição confirmada na segunda-feira pela comissão interna de recursos, que os partidários de Fillon acusam de se parcial, considerou que "não é o momento, em meio à paixão e à amargura", de dizer que "é preciso voltar a votar imediatamente."
Nos últimos dias, fracassaram duas tentativas de mediação entre os dois campos. O ex-chanceler e fundador da UMP Alain Juppé desistiu da tarefa no domingo depois de ter se reunido com os dois rivais, advertindo que está em jogo a sobrevivência do partido.
Convocado em um último recurso para salvar o partido, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, que teve sua sucessão disputada por Fillon e Copé, realizou uma mediação discreta e manteve contatos com os dois adversários, embora não tenha feito declarações à imprensa.
Pessoas ligadas a Sarkozy afirmaram na segunda-feira que o ex-presidente é favorável a uma nova votação e que tentou convencer Fillon a desistir de recorrer aos tribunais para resolver a controvérsia.
Nesta terça, membros de sua assessoria disseram que Sarkozy está "determinado a preservar a unidade de sua formação política" e anunciaram que Copé e Fillon realizarão uma nova reunião a pedido do ex-mandatário.
Separação no Parlamento
Em uma declaração solene, Fillon evitou fazer nesta terça-feira as ameaças de apresentar recursos judiciais, mas se referiu implicitamente a uma divisão do partido.
"Se o nosso apelo (por uma nova votação) for ouvido, com isso, salvaremos juntos a UMP através da democracia", mas "se for desprezado", então "vou tirar todas as conclusões políticas", advertiu o ex-primeiro-ministro.
O primeiro passo para uma ruptura já está foi dado em seu anúncio de uma bancada separada no Parlamento, embora tenha advertido que esta será dissolvida se uma nova eleição for convocada.
Segundo alguns de seus aliados, cerca de 70 deputados poderão integrar o novo grupo parlamentar.
A bancada da UMP tem 196 deputados na Assembleia Nacional (Câmara Baixa). Todos os deputados têm que declarar antes de sexta-feira a que bancada pertencem. Além de suas consequências políticas, a divisão teria consequências econômicas para a UMP, pois o Estado fornece um auxílio financeiro a cada partido em função do número de parlamentares que fazem parte de sua bancada.
No Senado, a UMP conta com 131 senadores, entre os quais são majoritários os partidários de Fillon. Segundo o presidente da bancada, uma decisão sobre um novo grupo será tomada na quarta-feira.
O presidente da bancada da UMP na Assembleia, Christian Jacob, partidário de Copé, considerou nesta terça que a formação de um novo grupo parlamentar significaria "a implosão da UMP".
"Seria irreparável. Isso não tem sentido", disse Jacob, indicando que vai se reunir nesta terça à tarde com Fillon.
"Estou convencido de que vou conseguir conversar com François Fillon. A ideia de uma segunda bancada é um suicídio", acrescentou.
O jornal de direita Le Figaro resumiu a situação com a manchete: "UMP, suicídio ao vivo".
Paris - A guerra interna da direita francesa, iniciada há 10 dias pela liderança do principal partido de oposição, UMP, continuava nesta terça-feira, com a criação de uma nova bancada parlamentar pelo ex-primeiro-ministro François Fillon, que rejeita o resultado da eleição interna, vencida por seu adversário Jean-François Copé, e pede uma nova votação.
Fillon anunciou nesta terça a criação desta nova bancada, uma separação sem divórcio por enquanto, já que não abandona a UMP, e afirma que o grupo de parlamentares que o apoia será "dissolvido quando uma nova votação for realizada" para eleger o presidente da UMP (União por um Movimento Popular).
Fillon considera que a eleição interna -que gerou acusações recíprocas de fraude- não é válida e pede "uma nova eleição" em um prazo "de três meses monitorada por uma comissão independente".
Paralelamente, Copé, que teve a sua eleição confirmada na segunda-feira pela comissão interna de recursos, que os partidários de Fillon acusam de se parcial, considerou que "não é o momento, em meio à paixão e à amargura", de dizer que "é preciso voltar a votar imediatamente."
Nos últimos dias, fracassaram duas tentativas de mediação entre os dois campos. O ex-chanceler e fundador da UMP Alain Juppé desistiu da tarefa no domingo depois de ter se reunido com os dois rivais, advertindo que está em jogo a sobrevivência do partido.
Convocado em um último recurso para salvar o partido, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, que teve sua sucessão disputada por Fillon e Copé, realizou uma mediação discreta e manteve contatos com os dois adversários, embora não tenha feito declarações à imprensa.
Pessoas ligadas a Sarkozy afirmaram na segunda-feira que o ex-presidente é favorável a uma nova votação e que tentou convencer Fillon a desistir de recorrer aos tribunais para resolver a controvérsia.
Nesta terça, membros de sua assessoria disseram que Sarkozy está "determinado a preservar a unidade de sua formação política" e anunciaram que Copé e Fillon realizarão uma nova reunião a pedido do ex-mandatário.
Separação no Parlamento
Em uma declaração solene, Fillon evitou fazer nesta terça-feira as ameaças de apresentar recursos judiciais, mas se referiu implicitamente a uma divisão do partido.
"Se o nosso apelo (por uma nova votação) for ouvido, com isso, salvaremos juntos a UMP através da democracia", mas "se for desprezado", então "vou tirar todas as conclusões políticas", advertiu o ex-primeiro-ministro.
O primeiro passo para uma ruptura já está foi dado em seu anúncio de uma bancada separada no Parlamento, embora tenha advertido que esta será dissolvida se uma nova eleição for convocada.
Segundo alguns de seus aliados, cerca de 70 deputados poderão integrar o novo grupo parlamentar.
A bancada da UMP tem 196 deputados na Assembleia Nacional (Câmara Baixa). Todos os deputados têm que declarar antes de sexta-feira a que bancada pertencem. Além de suas consequências políticas, a divisão teria consequências econômicas para a UMP, pois o Estado fornece um auxílio financeiro a cada partido em função do número de parlamentares que fazem parte de sua bancada.
No Senado, a UMP conta com 131 senadores, entre os quais são majoritários os partidários de Fillon. Segundo o presidente da bancada, uma decisão sobre um novo grupo será tomada na quarta-feira.
O presidente da bancada da UMP na Assembleia, Christian Jacob, partidário de Copé, considerou nesta terça que a formação de um novo grupo parlamentar significaria "a implosão da UMP".
"Seria irreparável. Isso não tem sentido", disse Jacob, indicando que vai se reunir nesta terça à tarde com Fillon.
"Estou convencido de que vou conseguir conversar com François Fillon. A ideia de uma segunda bancada é um suicídio", acrescentou.
O jornal de direita Le Figaro resumiu a situação com a manchete: "UMP, suicídio ao vivo".