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Comandante da Otan questiona intenções russas na Moldávia

Um dos principais comandantes da aliança disse que a Rússia parece estar seguindo com o país o mesmo roteiro usado antes de anexar a Crimeia


	O presidente russo, Vladimir Putin, em desfile militar na Criméia
 (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)

O presidente russo, Vladimir Putin, em desfile militar na Criméia (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 21h05.

Washington - Um dos principais comandantes militares da Otan disse nesta segunda-feira que a Rússia parece estar seguindo com a ex-república soviética da Moldávia o mesmo roteiro de "guerra híbrida" usado antes de anexar a Crimeia e intervir no leste da Ucrânia.

Moscou interveio na Ucrânia em meio a uma crescente inquietação entre residentes pró-russos e rebeldes.

O general da Força Aérea dos Estados Unidos e chefe das forças da Otan na Europa, Philip Breedlove, disse que soldados  “vestidos de verde” de origem não identificada ajudaram os rebeldes a moldar a situação militar na Ucrânia. 

Ao mesmo tempo, a Rússia levou suas forças militares e suprimentos à fronteira, sob o pretexto de realizar um exercício.

O governo de Moscou eventualmente interveio, movendo-se para anexar a Crimeia, no sul, no primeiro caso, e para evitar a derrota dos rebeldes pró-russos por forças ucranianas no segundo.

"Sobre os homenzinhos de verde, vemos claramente agora o roteiro seguido na Crimeia, vimos o roteiro seguido no leste da Ucrânia. Estamos começando a ver um pouco deste roteiro na Moldávia e na Transnístria", disse Breedlove em uma discussão no Conselho do Atlântico.

No início do ano, tropas russas praticaram exercícios militares na região separatista da Transnístria, na Moldávia, que faz fronteira com a Ucrânia no sudoeste, e o presidente da Moldávia advertiu Moscou contra uma anexação da região da forma como foi feita na Criméia.

O vice-primeiro-ministro russo, Dmitry Rogozin, no ano passado alertou a Moldávia que seu direcionamento para alcançar laços mais estreitos com a Europa poderia fazer com que o país perdesse o controle da Transnístria para sempre, levando a custos de energia mais caros com a Rússia, seu principal fornecedor de gás.

Breedlove disse que agora que a Otan tem uma compreensão geral de como a Rússia emprega suas táticas híbridas de guerra, é importante descobrir como ajudar os países da Europa Oriental a resistir ao ataque inicial.

A Otan não pode se envolver em conflitos internos de um estado membro. Ela pode atuar somente se houver um agressor externo identificável.

"Esta guerra híbrida, se ela começa e é não atribuível, não é uma questão da Otan", disse Breedlove. "É uma questão interna à nação".

Breedlove disse que países membros da Otan também precisam decidir quais deveriam ser suas responsabilidades em situações como a da Ucrânia, onde o país em conflito não pertence à aliança.

"Neste momento, não existe uma política da Otan sobre o que fazer com nações que se encontram fora da aliança e da Federação Russa", disse ele.

Uma vez que os membros resolverem essas questões, eles podem começar a falar sobre como ajudar e se esta ajuda viria de cada país, de uma coalizão ou de uma aliança como a Otan. Breedlove disse que a Rússia, em última instância, precisa fazer parte desta solução.

"Eu não acho que algum dia poderemos chegar a uma Europa unida, livre e em paz, sem a Rússia como um parceiro", disse ele, observando que o Ocidente tem atuado há mais de décadas como se esse fosse o caso.

"Agora vemos uma situação muito diferente e temos que resolver isso", disse Breedlove.

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