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Primeiro-ministro português enfrenta quarta moção de censura

Ao contrário das vezes anteriores, a iniciativa parte do principal partido da oposição

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho: a moção de censura dos socialistas foi tachada de "irresponsável" pelos partidos no Governo, que acusam a oposição de fazer um grande prejuízo ao país. (Francisco Leong/AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 17h01.

Lisboa - O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, enfrenta na quarta-feira, protegido pela maioria absoluta parlamentar, a quarta moção de censura contra sua política econômica em menos de dois anos no poder.

Mas ao contrário das vezes anteriores, a iniciativa parte do principal partido da oposição, o socialista (PS), que deixou de se abster nas votações contra o Governo para exigir a renúncia e a renegociação das exigências do resgate de Portugal.

A moção se produz, além disso, quando a política de austeridade de Passos Coelho é mais questionada entre os empresários, seus companheiros de coalizão e seu próprio partido, cuja figura de maior peso, o chefe de Estado Aníbal Cavaco Silva, chamou atenção publicamente sobre os graves problemas sociais do país.

O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, declarou nesta terça que os portugueses já fizeram "muitos sacrifícios" e é preciso dizer "basta" ao Governo, colocar fim às políticas baseadas somente na austeridade e promover o crescimento econômico e o emprego.

Passos Coelho, que sofreu uma chuva de críticas da esquerda pelos mesmos motivos no último debate parlamentar, há menos de duas semanas, mantém que Portugal não pode jogar para o alto as medidas de saneamento financeiro aplicadas nos dois últimos anos para completar seu resgate financeiro.


A UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que concederam 78 bilhões de euros ao país em maio de 2011 para evitar sua quebra, suavizaram as metas déficit e os cortes orçamentários associados ao regaste por duas vezes nos últimos seis meses.

Mas de acordo com todas as previsões oficiais, Portugal voltará a afundar em 2013 a recessão e o desemprego que sofre pelo terceiro ano consecutivo.

O PS, que assinou as condições do resgate um mês antes de perder as eleições, pede que sejam renegociadas suas exigências para permitir a recuperação econômica do país.

Os partidos marxistas (que somam 24 dos 230 deputados) e o do PS (74) tomaram posições a favor da moção de censura e da saída do Governo, embora Passos Coelho está a salvo de ser derrubado graças aos 182 votos que soma a coalizão de social-democratas e democratas cristãos no poder.

A moção de censura dos socialistas foi tachada de "irresponsável" pelos partidos no Governo, que acusam a oposição de fazer um grande prejuízo ao país quando se dispõe a voltar aos mercados de dívida a longo prazo.

Por sua vez, o PS acusa o Executivo de estar cada vez mais isolado dos cidadãos e de seus problemas, de descumprir as promessas eleitorais e de decretar os resultados previstos com sua política de austeridade, que considera responsável de elevar o desemprego acima de 17%.

Neste ano, criticam, também não haverá crescimento em Portugal, como se esperava, e o PIB voltará a cair, segundo as previsões oficiais, mais de 2%, para acumular sete pontos percentuais de descenso desde o resgate.

O PS, que sublinhou que só quer chegar ao poder através das urnas, afirma que com sua moção de quarta-feira procura promover uma saída democrática à crise, a formação de um novo Governo que adote a política que considera necessária para o país. EFE

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Lisboa - O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, enfrenta na quarta-feira, protegido pela maioria absoluta parlamentar, a quarta moção de censura contra sua política econômica em menos de dois anos no poder.

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O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, declarou nesta terça que os portugueses já fizeram "muitos sacrifícios" e é preciso dizer "basta" ao Governo, colocar fim às políticas baseadas somente na austeridade e promover o crescimento econômico e o emprego.

Passos Coelho, que sofreu uma chuva de críticas da esquerda pelos mesmos motivos no último debate parlamentar, há menos de duas semanas, mantém que Portugal não pode jogar para o alto as medidas de saneamento financeiro aplicadas nos dois últimos anos para completar seu resgate financeiro.


A UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que concederam 78 bilhões de euros ao país em maio de 2011 para evitar sua quebra, suavizaram as metas déficit e os cortes orçamentários associados ao regaste por duas vezes nos últimos seis meses.

Mas de acordo com todas as previsões oficiais, Portugal voltará a afundar em 2013 a recessão e o desemprego que sofre pelo terceiro ano consecutivo.

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Os partidos marxistas (que somam 24 dos 230 deputados) e o do PS (74) tomaram posições a favor da moção de censura e da saída do Governo, embora Passos Coelho está a salvo de ser derrubado graças aos 182 votos que soma a coalizão de social-democratas e democratas cristãos no poder.

A moção de censura dos socialistas foi tachada de "irresponsável" pelos partidos no Governo, que acusam a oposição de fazer um grande prejuízo ao país quando se dispõe a voltar aos mercados de dívida a longo prazo.

Por sua vez, o PS acusa o Executivo de estar cada vez mais isolado dos cidadãos e de seus problemas, de descumprir as promessas eleitorais e de decretar os resultados previstos com sua política de austeridade, que considera responsável de elevar o desemprego acima de 17%.

Neste ano, criticam, também não haverá crescimento em Portugal, como se esperava, e o PIB voltará a cair, segundo as previsões oficiais, mais de 2%, para acumular sete pontos percentuais de descenso desde o resgate.

O PS, que sublinhou que só quer chegar ao poder através das urnas, afirma que com sua moção de quarta-feira procura promover uma saída democrática à crise, a formação de um novo Governo que adote a política que considera necessária para o país. EFE

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