Primeiro-ministro da Ucrânia renuncia ao cargo
Arseni Yatseniuk anunciou sua renúncia aos deputados do parlamento do país, após partidos de base de apoio deixarem coalizão
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2014 às 12h55.
Kiev -O primeiro-ministro da Ucrânia , Arseni Yatseniuk, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia aos deputados da Rada Suprema (parlamento) do país depois que o UDAR e o Svoboda, dois dos três partidos da base de apoio a seu governo , deixaram a coalizão parlamentar.
"Anuncio minha renúncia devido à ruptura da coalizão e o bloqueio (no parlamento) das iniciativas do governo", afirmou Yatseniuk aos deputados.
O UDAR e o Svoboda informaram pouco antes sua saída da coalizão de maioria parlamentar para acelerar a convocação de eleições legislativas antecipadas, às quais o Batkivshina, partido de Yatseniuk e da ex-primeira ministra Yulia Tymoshenko, se opunha.
O premiê justificou sua decisão com o voto negativo da Rada de um pacote de leis que, segundo ele, "deveriam encher os cofres orçamentários".
"É compreensível. Quem iria concorrer às eleições e votar ao mesmo tempo leis impopulares? Colocar o interesse político acima do destino do Estado é intolerável. É um crime moral e ético", afirmou Yatseniuk.
O governo ucraniano não conseguiu hoje o apoio da maioria dos deputados a uma reforma tributária que teria aumentado os impostos e para o projeto de lei que teria permitido vender a investidores estrangeiros metade de todos os gasodutos ucranianos.
"Não foram votadas as leis e não há dinheiro para pagar policiais, médicos, professores. Não há dinheiro para comprar um fuzil, para pôr combustível nos tanques", lamentou Yatseniuk, citando as necessidades do exercito ucraniano para custear a campanha militar contra os separatistas pró-Rússia no leste do país.
Por sua vez, o presidente da Rada e também membro do Batkivshina, Alexander Turchinov, pediu às duas legendas que romperam o pacto para "que apresentem imediatamente suas candidaturas ao posto de primeiro-ministro interino, que ficará à frente do governo até a realização das eleições parlamentares".
A Constituição da Ucrânia diz que se no prazo de 30 dias não for formada uma nova coalizão de maioria, o chefe de Estado pode dissolver o parlamento e convocar eleições legislativas.
*Atualizada às 12h54 do dia 24/07/2014