DAMASCUS, SYRIA - MAY 03: Syria's President Bashar al-Assad, seen during the Signing of the comprehensive program of strategic and long-term cooperation between Iran and Syria, On May 03, 2023 In Damascus, Syria. (Photo by Borna News/Matin Ghasemi/Aksonline ATPImages/Getty Images) (Borna News/Matin Ghasemi/Aksonline ATPImages/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 09h26.
Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 09h32.
A embaixada da Síria na Rússia confirmou nesta segunda-feira, 9, que o presidente sírio deposto, Bashar al-Assad, está em Moscou, onde teria recebido asilo juntamente com a sua família.
“Sim, ele está aqui, em Moscou”, disse um porta-voz da legação diplomática à agência de notícias oficial russa “TASS”, acrescentando que a embaixada não entrou em contato com o presidente deposto.
Pouco antes, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, evitou comentar a presença de Assad e o seu suposto asilo na Rússia, segundo noticiaram neste domingo fontes do Kremlin citadas pela “TASS”.
"Não há nada a dizer sobre onde está agora o senhor Assad", disse Peskov em sua coletiva de imprensa diária por telefone.
Além disso, Peskov também se recusou a responder a uma pergunta sobre quando o presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu pela última vez com Assad.
Por sua vez, a embaixada da Síria em Moscou retirou hoje a bandeira que a nação árabe teve durante os mais de 50 anos de ditadura dos Assad – Hafez al Assad (1971-2000) e Bashar al-Assad (2000-2024) – e levantou a bandeira dos rebeldes que tomaram o poder em Damasco.
O primeiro-ministro da Síria, Mohamed Ghazi al Jalali, denunciou que o presidente Bashar al Assad, que recebeu asilo político na Rússia depois de ter sido deposto por uma coalizão de facções insurgentes, “tinha um cenário de deixar o país mergulhado na anarquia”.
Em entrevista concedida ao canal de televisão “Sky News Arabic”, nesta segunda-feira, 9, sediado nos Emirados Árabes Unidos, Al Jalali se referiu à fuga de Assad sem que seu governo soubesse do seu paradeiro, depois de a aliança insurgente liderada pela Organização para Libertação do Levante (HTS, na sigla em árabe ) assumir o controle de Damasco.
O premiê sírio disse que, na sua última comunicação com o presidente deposto, antes de a HTS declarar que Damasco estava em seu poder, informou-o que "a situação já não era tolerável” e recebeu como resposta um “veremos amanhã".
"As coisas chegaram a um beco sem saída", acrescentou, denunciando também o fato de o seu governo, nomeado no último mês de setembro, não ter sido autorizado a ter contato direto com o chefe de Estado deposto, que governou o país durante mais de duas décadas.
“A natureza da estrutura do regime não permitia o contato direto com Assad (…) ele estava envolvido apenas na tomada de decisões de política externa e não as discutia conosco”, observou.
A coligação insurgente, composta por diversas facções, incluindo islamistas e pró-Turquia, respondeu positivamente à disponibilidade demonstrada ontem por Al Jalili em permanecer no cargo, com os membros do seu Executivo, até a transferência do poder para uma nova liderança do país para evitar o colapso dos serviços básicos.
Neste contexto, reafirmou que “há coordenação para se reunir com os líderes das operações militares (da HTS), e não há objeções a um encontro com Abu Mohammed al Jolani”, líder máximo da aliança islâmica.
Os insurgentes iniciaram sua extensa ofensiva contra Assad a partir do noroeste da Síria em 27 de novembro, e conseguiram controlar as capitais das províncias de Aleppo, Hama e Homs em apenas 12 dias antes de declararem Damasco livre ontem, domingo.
O presidente sírio deposto nomeou Al Jalali como primeiro-ministro em 14 de setembro, e seu governo de 28 membros tomou posse no dia 24 daquele mês.