Primeira-dama provoca crise política para Hollande
A primeira-dama causou estupor ao publicar em sua conta no Twitter um comentário de apoio ao adversário nas legislativas de Ségolène Royal, ex-mulher de Hollande
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2012 às 13h17.
Paris - O presidente francês, François Hollande, enfrenta a primeira tempestade política após um desconcertante tweet de sua companheira, Valérie Trierweiler, contra a ex-mulher do chefe de Estado, Ségolène Royal, que a direita explora antes do segundo turno das eleições legislativas, no próximo domingo.
A primeira-dama causou estupor, e depois críticas e piadas, tanto na esquerda como na direita, ao publicar em sua conta no Twitter um comentário de apoio ao adversário nas legislativas de Ségolène Royal, dirigente socialista ex-mulher de Hollande, com quem teve quatro filhos.
A imprensa francesa tratou com muita ironia o encontro da vida pública com a privada, ao mesmo tempo que inicia um debate sobre a necessidade de dar um status oficial à primeira-dama, inexistente na França , e a direita aproveita para tentar ganhar pontos nas legislativas.
"Primeira gafe da França", afirma na primeira página o jornal Libération, que faz um jogo de palavras com primeira-dama. O Le Figaro destaca que o tweet de Trierweiler é "ao mesmo tempo um ato político grave e um episódio digno de um Vaudeville", referindo-se ao teatro de variedades de tendência popular que marcou a cultura do início do século XX na Europa e na América do Norte.
Na esquerda, as críticas são duras. O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault afirmou que "cada qual deve permanecer no seu lugar" e que a primeira-dama deve ter "um papel discreto".
François Rebsamen, líder da bancada socialista no Senado, disse que Trierweiler "deve aprender a ser reservada".
O deputado socialista Jean-Louis Bianco, ligado a Royal, foi ainda mais crítico.
"Elegemos François Hollande e não Valerie Trierweiler", afirmou, antes de questionar a interferência.
"São coisas que não se fazem. Não há por que falar aqui de independência. É um golpe indecente. Royal é a mãe dos quatro filhos de Hollande. Que Trierweiler não esqueça", comentou o eurodeputado verde Daniel Cohn-Bendit.
A única que defendeu a primeira-dama foi a ministra Marisol Touraine.
"Este assunto toma proporções que considero deslocadas. É uma tomada de posição privada", disse.
Satisfeita com a oportunidade após a vitória da esquerda no primeiro turno das legislativas, a direita não para de atacar os socialistas.
Eric Ciotti, deputado do partido de direita UMP, afirmou que o "assunto ridiculariza nosso país e ridiculariza o chefe de Estado".
Ciotti já havia afirmado que ao menos "os socialistas têm uma virtude: nos fazem sorrir". Mas disse que os eleitores devem enviá-los ao teatro e não à Assembleia Nacional.
O líder do mesmo partido, Jean-François Copé, afirmou que em "um clima de crise nos pedem comentários sobre algo que não está à altura".
Os socialistas tentavam redirecionar o debate para a relação entre a direita e a extrema direita, criticando a estratégia da UMP de não tomar posição no segundo turno nas circunscrições com disputas entre o Partido Socialista e a ultradireitista Frente Nacional, além de denunciar que a UMP prepara uma aliança com a FN.
O ex-ministro Patrick Ollier afirmou que o país precisa adotar uma lei que crie um status de primeira-dama.
Além das considerações institucionais, a gafe de Valérie Trierweiler representa um duro golpe na imagem de normalidade que Hollande quer dar a seu mandato, ao contrário da mistura de vida privada e pública que foi criticada em seu antecessor Nicolas Sarkozy.
Paris - O presidente francês, François Hollande, enfrenta a primeira tempestade política após um desconcertante tweet de sua companheira, Valérie Trierweiler, contra a ex-mulher do chefe de Estado, Ségolène Royal, que a direita explora antes do segundo turno das eleições legislativas, no próximo domingo.
A primeira-dama causou estupor, e depois críticas e piadas, tanto na esquerda como na direita, ao publicar em sua conta no Twitter um comentário de apoio ao adversário nas legislativas de Ségolène Royal, dirigente socialista ex-mulher de Hollande, com quem teve quatro filhos.
A imprensa francesa tratou com muita ironia o encontro da vida pública com a privada, ao mesmo tempo que inicia um debate sobre a necessidade de dar um status oficial à primeira-dama, inexistente na França , e a direita aproveita para tentar ganhar pontos nas legislativas.
"Primeira gafe da França", afirma na primeira página o jornal Libération, que faz um jogo de palavras com primeira-dama. O Le Figaro destaca que o tweet de Trierweiler é "ao mesmo tempo um ato político grave e um episódio digno de um Vaudeville", referindo-se ao teatro de variedades de tendência popular que marcou a cultura do início do século XX na Europa e na América do Norte.
Na esquerda, as críticas são duras. O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault afirmou que "cada qual deve permanecer no seu lugar" e que a primeira-dama deve ter "um papel discreto".
François Rebsamen, líder da bancada socialista no Senado, disse que Trierweiler "deve aprender a ser reservada".
O deputado socialista Jean-Louis Bianco, ligado a Royal, foi ainda mais crítico.
"Elegemos François Hollande e não Valerie Trierweiler", afirmou, antes de questionar a interferência.
"São coisas que não se fazem. Não há por que falar aqui de independência. É um golpe indecente. Royal é a mãe dos quatro filhos de Hollande. Que Trierweiler não esqueça", comentou o eurodeputado verde Daniel Cohn-Bendit.
A única que defendeu a primeira-dama foi a ministra Marisol Touraine.
"Este assunto toma proporções que considero deslocadas. É uma tomada de posição privada", disse.
Satisfeita com a oportunidade após a vitória da esquerda no primeiro turno das legislativas, a direita não para de atacar os socialistas.
Eric Ciotti, deputado do partido de direita UMP, afirmou que o "assunto ridiculariza nosso país e ridiculariza o chefe de Estado".
Ciotti já havia afirmado que ao menos "os socialistas têm uma virtude: nos fazem sorrir". Mas disse que os eleitores devem enviá-los ao teatro e não à Assembleia Nacional.
O líder do mesmo partido, Jean-François Copé, afirmou que em "um clima de crise nos pedem comentários sobre algo que não está à altura".
Os socialistas tentavam redirecionar o debate para a relação entre a direita e a extrema direita, criticando a estratégia da UMP de não tomar posição no segundo turno nas circunscrições com disputas entre o Partido Socialista e a ultradireitista Frente Nacional, além de denunciar que a UMP prepara uma aliança com a FN.
O ex-ministro Patrick Ollier afirmou que o país precisa adotar uma lei que crie um status de primeira-dama.
Além das considerações institucionais, a gafe de Valérie Trierweiler representa um duro golpe na imagem de normalidade que Hollande quer dar a seu mandato, ao contrário da mistura de vida privada e pública que foi criticada em seu antecessor Nicolas Sarkozy.