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Presos suspeitos pelo ataque a consulado dos EUA em Benghazi

O vice-ministro do Interior para o Oriente da Líbia, Wanis al Sharf, afirmou hoje que havia detido ''algumas pessoas suspeitas''


	Carros são queimados em distúrbios em frente ao consulado americano em Benghazi: detalhes do incidente não serão revelados até fim das investigações
 (AFP)

Carros são queimados em distúrbios em frente ao consulado americano em Benghazi: detalhes do incidente não serão revelados até fim das investigações (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 19h52.

Trípoli - As autoridades líbias divulgaram nesta quinta-feira que as investigações sobre o ataque ao consulado americano de Benghazi anteontem, no qual morreram quatro funcionários americanos, entre eles o embaixador, Christopher Stevens, levaram à prisão dos primeiros suspeitos.

O vice-ministro do Interior para o Oriente da Líbia, Wanis al Sharf, afirmou hoje que havia detido ''algumas pessoas suspeitas de estar ligadas à agressão ao consulado de Benghazi'' por um grupo de extremistas que se concentraram em frente ao consulado para protestar por um vídeo que ridicularizava o Islã e Maomé.

Em entrevista à agência de notícias líbia, ''WAL'', Al Sharf, que não identificou os presos nem esclareceu de quantos se tratava, acrescentou que os suspeitos estão sendo interrogados para analisar seu possível envolvimento no ocorrido.

As autoridades disseram preferir conduzir as investigações sobre o duplo ataque ao consulado dos EUA com discrição para evitar que seu andamento seja afetado, como afirmou hoje à Agência Efe o porta-voz do Parlamento líbio, Omar Hamedan.

''Não vamos nos aprofundar nos detalhes, para evitar que o andamento das investigações seja afetado'' disse Hamedan, que lembrou que as pesquisas começaram ontem, após os incidentes.

Da noite de terça-feira até ontem, um grupo de homens atacou e ateou fogo à embaixada diplomática dos EUA em Benghazi, a segunda maior cidade do país, em protesto contra um vídeo americano que ridiculariza Maomé. O ataque matou o embaixador Christopher Stevens e um funcionário.

Mais tarde, homens armados atacaram um grupo de militares americanos que tinham sido enviados a Benghazi para retirar os funcionários da embaixada. Nesse segundo ataque, outros dois americanos morreram e 12 ficaram feridos.

O primeiro-ministro líbio interino, Abderrahim al Keib, reiterou hoje que não seriam revelados detalhes do incidente até finalizar as investigações.


Segundo revelou a Casa Branca em comunicado, o presidente do Parlamento líbio Mohammed al Magriaf se comprometeu a colaborar com as investigação com os Estados Unidos que, de acordo com o que várias fontes informaram à imprensa americana, consideram que o ataque pode ter sido planejado.

Os únicos detalhes oficiais divulgados até o momento foram fornecidos ontem mesmo pelo vice-ministro de Interior para o Oriente da Líbia, Wanis al Sharf.

O político reconheceu que a situação fugiu do controle das forças de segurança, incapazes de conter em um primeiro momento os manifestantes e de evitar, mais tarde, o ataque contra os militares.

As autoridades trabalham com três hipóteses, que ainda não foram desenvolvidas: os ataques seriam obra de criminosos comuns que agiram no calor do protesto; de simpatizantes do regime deposto de Muammar Kadafi; ou ainda de um grupo de radicais islâmicos.

Enquanto a reações internacionais se proliferam, assim como os protestos em frente a outras embaixadas norte-americanas, a máxima autoridade religiosa da Líbia condenou nesta quinta-feira tanto as ofensas contra o Islã como a agressão ao consulado.

Em comunicado, ''Dar al Ifta'' condenou veementemente ''que se provoquem os sentimentos dos muçulmanos com vídeos, imagens ou textos que ofendam o profeta de Alá Maomé ou qualquer outro profeta''.

Na nota, Dar al Ifta também manifestou sua rejeição ao violento ataque ao consulado de Benghazi, que classificou como ''ação irresponsável, contrária aos interesses supremos da nação''.

No comunicado também é condenado qualquer ataque de grupos armados ilegais e se faz referência, embora sem levantar nenhuma acusação, aos grupos salafistas armados que nos últimos meses destruíram mausoléus e túmulos por considerar que sua construção é contrária aos princípios do Islã mais ortodoxo.

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