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Presos em Guantánamo estão em greve de fome há seis semanas

Greve começou no último dia 6 de fevereiro em protesto pelas 'duras condições disciplinares' nas quais vivem os presos nos galpões da base naval dos EUA na prisão

Guantánamo: greves de fome foram uma constante na prisão desde logo após sua inauguração em janeiro de 2002 e a maior delas chegou a envolver 100 detentos em 2006. (Virginie Montet/AFP)
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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 23h41.

Washington, 19 mar (EFE).- Um grupo de presos de Guantánamo está em greve de fome há seis semanas em protesto pelo tratamento que recebem na prisão militar americana, denunciou nesta terça-feira à Agência Efe o advogado de um dos detidos.

A greve começou no último dia 6 de fevereiro em protesto pelas 'duras condições disciplinares' nas quais vivem os presos nos galpões da base naval dos EUA em Guantánamo, declarou o advogado Omar Farah, do Center for Constitutional Rights.

Segundo Farah, que representa um iemenita detido em Guantánamo sem acusações desde 2002, o estopim foram as 'agressivas revisões' das celas, que, segundo lhe contaram os presos, endureceram recentemente, algo que o Pentágono nega.

O advogado denunciou que nesses registros são confiscados objetos pessoais como cartas e fotografias, que são buscadas inclusive nas cópias do Corão, o que é considerado uma 'profanação religiosa' pelos detentos.

A organização garante que a 'maioria' dos aproximadamente 130 presos que se encontram no módulo Campo 6 se somaram à greve de fome, sem dar um número concreto.

Farah indicou que falou no dia 14 de março com o iemenita Fahd Ghazy, levado a Guantánamo com 17 anos em 2001 e ainda sem acusações, que lhe assegurou que alguns dos presos perderam entre 18 e 22 quilos.

O Pentágono, que reconheceu que alguns detidos se encontram em greve de fome, rejeitou estas acusações que considerou 'falsidades' e 'exageros'.

'As reivindicações de uma greve de fome em massa e de um incidente no qual o Corão foi incorretamente tratado são simplesmente falsas', declarou à Efe o capitão Robert Durand, porta-voz da base naval de Guantánamo.

Durand assinalou que o número de detidos que rejeitaram ingerir alimentos aumentou desde que começaram a difundir-se as alegações na imprensa e passou dos seis que havia quando começou o protesto aos 24 reportados hoje.


Neste sentido assinalou que o pessoal médico está vigiando 'continuamente' os detidos e negou que a greve de fome esteja deteriorando a saúde dos presos ou que estejam sofrendo grandes perdas de peso.

As greves de fome foram uma constante em Guantánamo desde logo após sua inauguração em janeiro de 2002 e a maior delas chegou a envolver 100 detentos em 2006.

Atualmente há vários detidos em greve de fome prolongada como Tariq Ba Odah, que a mantém desde 2007, segundo o Center for Constitutional Rights, e que é alimentado com comida líquida com suplementos nutricionais duas vezes ao dia. EFE

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Washington, 19 mar (EFE).- Um grupo de presos de Guantánamo está em greve de fome há seis semanas em protesto pelo tratamento que recebem na prisão militar americana, denunciou nesta terça-feira à Agência Efe o advogado de um dos detidos.

A greve começou no último dia 6 de fevereiro em protesto pelas 'duras condições disciplinares' nas quais vivem os presos nos galpões da base naval dos EUA em Guantánamo, declarou o advogado Omar Farah, do Center for Constitutional Rights.

Segundo Farah, que representa um iemenita detido em Guantánamo sem acusações desde 2002, o estopim foram as 'agressivas revisões' das celas, que, segundo lhe contaram os presos, endureceram recentemente, algo que o Pentágono nega.

O advogado denunciou que nesses registros são confiscados objetos pessoais como cartas e fotografias, que são buscadas inclusive nas cópias do Corão, o que é considerado uma 'profanação religiosa' pelos detentos.

A organização garante que a 'maioria' dos aproximadamente 130 presos que se encontram no módulo Campo 6 se somaram à greve de fome, sem dar um número concreto.

Farah indicou que falou no dia 14 de março com o iemenita Fahd Ghazy, levado a Guantánamo com 17 anos em 2001 e ainda sem acusações, que lhe assegurou que alguns dos presos perderam entre 18 e 22 quilos.

O Pentágono, que reconheceu que alguns detidos se encontram em greve de fome, rejeitou estas acusações que considerou 'falsidades' e 'exageros'.

'As reivindicações de uma greve de fome em massa e de um incidente no qual o Corão foi incorretamente tratado são simplesmente falsas', declarou à Efe o capitão Robert Durand, porta-voz da base naval de Guantánamo.

Durand assinalou que o número de detidos que rejeitaram ingerir alimentos aumentou desde que começaram a difundir-se as alegações na imprensa e passou dos seis que havia quando começou o protesto aos 24 reportados hoje.


Neste sentido assinalou que o pessoal médico está vigiando 'continuamente' os detidos e negou que a greve de fome esteja deteriorando a saúde dos presos ou que estejam sofrendo grandes perdas de peso.

As greves de fome foram uma constante em Guantánamo desde logo após sua inauguração em janeiro de 2002 e a maior delas chegou a envolver 100 detentos em 2006.

Atualmente há vários detidos em greve de fome prolongada como Tariq Ba Odah, que a mantém desde 2007, segundo o Center for Constitutional Rights, e que é alimentado com comida líquida com suplementos nutricionais duas vezes ao dia. EFE

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