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Presidente ucraniano afasta governador de região de Donetsk

Serguii Taruta é um empresário da região que havia sido nomeado para o cargo em março

Soldados ucranianos patrulham a região de Donetsk: governador da região é afastado (Anatolii Boiko/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2014 às 16h19.

Kiev - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afastou nesta sexta-feira o governador da região separatista pró-russa de Donetsk, o milionário Serguiï Taruta, e nomeou um general em seu lugar para acabar com a rebelião que perdura apesar do cessar-fogo.

O general Oleksandre Kikhtenko, de 58 anos, ex-comandante das tropas do Ministério do Interior, substitui Taruta, de 59 anos. Taruta é um empresário da região que havia sido nomeado para o cargo em março.

"General e governador, é o precisamos para Donbass hoje para restabelecermos a ordem e a segurança", explicou o presidente Poroshenko.

"A Ucrânia perdeu este território para os próximos cinco, dez anos e a tarefa principal é evitar que se transforme em uma nova Chechênia", comentou o analista político ucraniano Taras Berezovets.

O general Kikhtenko se tornou famoso em 2005 por ter reduzido a criminalidade nas regiões de Donetsk e de Transcarpathia (oeste), mobilizando 11.000 soldados nessas áreas.

Kikhtenko foi o chefe das forças especiais do Ministério do Interior durante cinco anos e foi afastado em 2010, após a chegada à Presidência do pró-russo Viktor Yanukovytch.

O ex-presidente foi derrubado em fevereiro por um movimento de contestação sem precedentes contra o regime, principalmente em Kiev, onde os manifestantes foram violentamente reprimidos.

A nomeação do general Kikhtenko faz parte dos esforços do presidente Poroshenko, eleito em maio, de se cercar de pessoas de confiança para recuperar o controle das regiões separatistas sacudidas há seis meses por uma rebelião armada pró-Rússia.

Após algumas vitórias, as forças ucranianas foram obrigadas a recuar com a chegada de tropas russas à região em agosto, de acordo com Kiev e com ocidentais.

Kiev e os separatistas assinaram um acordo de cessar-fogo em 5 de setembro com a participação de Moscou.

Desde então, os combates perderam intensidade, mas confrontos esporádicos continuam em vários redutos de resistência, como no aeroporto de Donetsk.

O novo governador, originário da região de Kharkiv (leste) e formado em uma academia militar de Moscou, Olexandre Kikhtenko está no topo da lista do partido "Força e Honra" para as eleições parlamentares antecipadas de 26 de outubro. O líder do partido, Igor Smechko, foi nomeado recentemente chefe do gabinete de Inteligência Externa da Presidência.

O governador afastado Serguiï Taruta havia criticado duramente em setembro as iniciativas de paz do presidente Poroshenko, chamando de "violação" a decisão de conceder um estatuto especial às regiões rebeldes pró-russas de Donetsk e Lugansk.

Sua assessoria de imprensa disse posteriormente que a frase havia sido tirada do contexto, enquanto o governo ucraniano considerou que a declaração tinha fins eleitorais.

"Taruta perdeu a região. Era um governador muito fraco", considerou o cientista político ucraniano Volodymyr Fessenko.

"A oligarquia não conseguiu garantir a segurança, agora é a vez dos militares," disse.

Em Donetsk, os moradores reagiram com indiferença à mudança de governo.

"Isso não muda nada, Taruta não era popular aqui", comentou Oleg, de 37 anos.

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Kiev - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afastou nesta sexta-feira o governador da região separatista pró-russa de Donetsk, o milionário Serguiï Taruta, e nomeou um general em seu lugar para acabar com a rebelião que perdura apesar do cessar-fogo.

O general Oleksandre Kikhtenko, de 58 anos, ex-comandante das tropas do Ministério do Interior, substitui Taruta, de 59 anos. Taruta é um empresário da região que havia sido nomeado para o cargo em março.

"General e governador, é o precisamos para Donbass hoje para restabelecermos a ordem e a segurança", explicou o presidente Poroshenko.

"A Ucrânia perdeu este território para os próximos cinco, dez anos e a tarefa principal é evitar que se transforme em uma nova Chechênia", comentou o analista político ucraniano Taras Berezovets.

O general Kikhtenko se tornou famoso em 2005 por ter reduzido a criminalidade nas regiões de Donetsk e de Transcarpathia (oeste), mobilizando 11.000 soldados nessas áreas.

Kikhtenko foi o chefe das forças especiais do Ministério do Interior durante cinco anos e foi afastado em 2010, após a chegada à Presidência do pró-russo Viktor Yanukovytch.

O ex-presidente foi derrubado em fevereiro por um movimento de contestação sem precedentes contra o regime, principalmente em Kiev, onde os manifestantes foram violentamente reprimidos.

A nomeação do general Kikhtenko faz parte dos esforços do presidente Poroshenko, eleito em maio, de se cercar de pessoas de confiança para recuperar o controle das regiões separatistas sacudidas há seis meses por uma rebelião armada pró-Rússia.

Após algumas vitórias, as forças ucranianas foram obrigadas a recuar com a chegada de tropas russas à região em agosto, de acordo com Kiev e com ocidentais.

Kiev e os separatistas assinaram um acordo de cessar-fogo em 5 de setembro com a participação de Moscou.

Desde então, os combates perderam intensidade, mas confrontos esporádicos continuam em vários redutos de resistência, como no aeroporto de Donetsk.

O novo governador, originário da região de Kharkiv (leste) e formado em uma academia militar de Moscou, Olexandre Kikhtenko está no topo da lista do partido "Força e Honra" para as eleições parlamentares antecipadas de 26 de outubro. O líder do partido, Igor Smechko, foi nomeado recentemente chefe do gabinete de Inteligência Externa da Presidência.

O governador afastado Serguiï Taruta havia criticado duramente em setembro as iniciativas de paz do presidente Poroshenko, chamando de "violação" a decisão de conceder um estatuto especial às regiões rebeldes pró-russas de Donetsk e Lugansk.

Sua assessoria de imprensa disse posteriormente que a frase havia sido tirada do contexto, enquanto o governo ucraniano considerou que a declaração tinha fins eleitorais.

"Taruta perdeu a região. Era um governador muito fraco", considerou o cientista político ucraniano Volodymyr Fessenko.

"A oligarquia não conseguiu garantir a segurança, agora é a vez dos militares," disse.

Em Donetsk, os moradores reagiram com indiferença à mudança de governo.

"Isso não muda nada, Taruta não era popular aqui", comentou Oleg, de 37 anos.

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