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Presidente turco inaugura mesquita polêmica na Alemanha

Esta é a última etapa da visita de Estado do presidente turco, que tenta deixar para trás dois anos de tensão com a Alemanha

Policiais em frente à nova mesquita na cidade de Colônia, na Alemanha (Thilo Schmuelgen/Reuters)

Policiais em frente à nova mesquita na cidade de Colônia, na Alemanha (Thilo Schmuelgen/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de setembro de 2018 às 10h49.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, vai liderar neste sábado a cerimônia de inauguração de uma das maiores mesquitas da Europa, na cidade alemã de Colônia, onde estão previstas manifestações diante de uma grande presença de policiais.

Esta é a última etapa da visita de Estado do presidente turco, que tenta deixar para trás dois anos de tensão com a Alemanha.

Na sexta-feira, Erdogan se reuniu com a chanceler Angela Merkel, antes de ser o convidado de um banquete que não contou com a presença de grande parte da classe política alemã, incluindo a chefe de Governo.

Os dois governantes voltaram a se encontrar neste sábado para um café da manhã, antes da viagem de Erdogan para Colonia.

Nesta cidade da região oeste da Alemanha, Erdogan, um político muito religioso, vai inaugurar a mesquita financiada pela União Turco-Islâmica para Assuntos Religiosos (Ditib), estreitamente vinculada ao governo turco.

Centenas de pessoas se reuniram em Colonia nas primeiras horas de sábado com cartazes com a frase "Erdogan não é bem-vindo", o lema dos protestos.

"Posso entender que vá a Berlim, mas que venha a Colonia é uma provocação", afirmou um dos manifestantes, identificado como Thomas, um alemão de 22 anos que disse defender a liberdade de imprensa.

"Quero ser a voz das pessoas que não podem sair às ruas na Turquia", disse outro manifestante, Cansu, que viajou da Suíça para o protesto. "Erdogan pensa que tudo o que é diferente de sua opinião é terrorismo".

A obra da mesquita começou em 2009 e, apesar de várias manifestações de protesto e controvérsias locais, os primeiros fiéis rezaram no templo em 2017, antes da inauguração oficial por Erdogan neste sábado.

Com minaretes de 55 metros de altura e uma grande cúpula de 36 metros, o edifício de cimento e vidro, que simboliza a abertura, de acordo com o arquiteto, é uma das maiores mesquitas da Europa, com uma superfície de 4.500 metros quadrados.

Situada no bairro de Ehrenfeld, perto da torre de televisão de Colonia, pode receber milhares de fiéis. A polícia quer limitar o acesso neste sábado a 5.000 pessoas, mas a Ditib espera um número muito maior.

Muitos líderes políticos do estado de Renania do Norte-Westfalia não comparecerão à inauguração, incluindo a prefeita de Colonia, Henriette Recker, e o chefe de Governo regional.

Recker critica a Ditib sobre a administração do edifício, de sua construção até a inauguração e funcionamento.

Vários políticos locais consideram este organismo um braço do regime de Erdogan, já administra 900 locais de culto na Alemanha com imãs procedentes da Turquia. E os detratores da organização acusam a Ditib de espionar opositores do presidente turco.

Muitos críticos da mesquita, especialmente a extrema-direita, apresentaram recursos contra a construção do edifício, pelo temor de um grande fluxo de muçulmanos à cidade.

Com a visita oficial, a Turquia, afetada por uma grave crise econômica e com relações abaladas com o governo dos Estados Unidos de Donald Trump, tenta aproximar-se da Alemanha, onde vivem três milhões de pessoas de origem turca.

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