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Presidente sul-coreana decidirá seu futuro nesta semana

Park Geun-hye enfrenta uma crise em seu governo por denúncias de corrupção e, nesta semana, o parlamento votará uma moção para sua destituição

Coreia do Sul: milhares de sul-coreanos - mais de 2 milhões segundo os organizadores - pediram o impeachment da chefe de Estado (Getty Images)

Coreia do Sul: milhares de sul-coreanos - mais de 2 milhões segundo os organizadores - pediram o impeachment da chefe de Estado (Getty Images)

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EFE

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 12h35.

Seul - A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, enfrenta uma semana crucial na qual o parlamento votará uma moção para sua destituição, enquanto a oposição corre contra o relógio em busca de apoio dos integrantes do partido governante.

Acossada e enfraquecida por um escândalo de corrupção e tráfico de influência, Park poderia oferecer um novo discurso televisionado entre terça-feira e quarta-feira, conforme indicaram nesta segunda-feira os veículos de imprensa sul-coreanos, em uma última tentativa de evitar seu impeachment.

Na semana passada, a presidente anunciou em discurso que estava colocando seu cargo à disposição do parlamento para que interrompesse seu mandato, mas sem especificar datas, o que não acalmou a indignação causada pelo caso que ficou conhecido como "Rasputina coreana", em relação a sua amiga e confidente Choi Soon-sil.

A oposição, por sua vez, assegurou hoje que "não negociará" a destituição voluntária de Park e afirmou que a chefe de Estado deve deixar o poder o mais rápido possível, já que praticamente toda a população está contra a presidente.

Assim, as legendas de oposição pediram aos deputados do partido governante que votassem em favor do impeachment, mesmo após este último ter expressado sua intenção de preparar a saída voluntária da presidente para abril, ao invés de destituí-la.

A aprovação requer dois terços dos 300 deputados, o que representa todos os votos da oposição - algo praticamente garantido - somados aos de pelo menos 28 deputados do partido governante Saenuri, ao qual pertence a presidente.

Diante da forte pressão, o partido governante, que está fortemente dividido, anunciou hoje que cada deputado votará livremente, "segundo sua consciência", conforme disse o líder da legenda no parlamento, Chung Jin-suk.

Assim, as previsões indicam que a votação será muito apertada, já que o número de possíveis dissidentes do partido governante está em torno de 30.

Milhares de sul-coreanos - mais de 2 milhões segundo os organizadores - pediram o impeachment no sábado passado no sexto protesto maciço contra a chefe de Estado desde que veio a público o escândalo da "Rasputina coreana".

Choi Soon-sil, amiga íntima da presidente, é acusada de interferência em assuntos de Estado, apesar de não ostentar cargo público, e de ter pressionado empresas para obter numerosas somas de dinheiro das quais teria se apropriado parcialmente.

Em relação a essa última acusação, os líderes de nove dos maiores conglomerados empresariais da Coreia do Sul prestarão depoimento na terça-feira para esclarecer os detalhes de doações suspeitas de milhões de dólares a organizações dirigidas pela amiga da presidente.

Os depoimentos dos empresários, entre eles o vice-presidente e herdeiro de Samsung Electronics, Lee Jae-yong, poderiam esclarecer se a presidente e sua amiga os extorquiram sob ameaças ou se concederam favores em troca de doações.

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