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Presidente iemenita pede a seguidores que evitem o caos

Saleh fez o apelo durante comício que liderou em uma praça da capital

Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen: "não queremos o poder nem o necessitamos" (Marcel Mettelsiefen/Getty Images)

Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen: "não queremos o poder nem o necessitamos" (Marcel Mettelsiefen/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 09h40.

Sanaa - O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, pediu hoje a milhares de seguidores para "resistir a todos os desafios" e "garantir a segurança" do Iêmen para evitar "o caos e o derramamento de sangue".

Saleh fez o apelo em um comício que liderou em uma praça desta capital, que desde janeiro passado está sendo palco de manifestações que pedem o final de seu regime e profundas reformas políticas.

O governante está no poder desde a unificação do norte e do sul, em 1990.

O presidente iemenita se apresentou perante seus seguidores enquanto em outra praça de Sanaa grupos da oposição mantinham os protestos políticos que explodiram ao calor das revoltas populares de Tunísia e Egito.

"Estamos buscando um caminho para frente porque somos contra o caos e porque tememos mais derramamento de sangue (...) Vamos resistir a todos os desafios e vamos desafiar todos os agressores", acrescentou o governante.

Na Praça dos Setenta da capital, utilizada para os comícios públicos do presidente, Saleh se mostrou disposto a dialogar com a oposição, uma oferta que reiterou nas últimas semanas.

"Não queremos o poder nem o necessitamos, mas temos que transmiti-lo para quem o mereça de verdade, não para mãos doentes", acrescentou Saleh, se comprometendo a deixar o poder antes do fim do ano e levar o país a novas eleições parlamentares.

O Iêmen se encontra sob estado de emergência desde a sexta-feira da semana passada. Foi decretado por Saleh horas depois que meia centena de manifestantes morreram nesta capital por disparos de desconhecidos.

As autoridades do Iêmen rejeitaram que as forças de segurança estivessem envolvidas neste massacre, o fato mais grave registrado no país desde que explodiram os protestos políticos contra o regime de Saleh.

O Iêmen é o país mais pobre da península Arábica. Além dos protestos da oposição, Saleh enfrenta uma tentativa de secessão no sul, uma rebelião xiita no norte e ações esporádicas da Al Qaeda, que instalou no Iêmen sua principal base de operações na região.

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