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Presidente eleito saúda "primeira transição democrática"

No domingo, a IEC declarou Ashraf Ghani vencedor do segundo turno da eleição presidencial no Afeganistão

O presidente eleito do Afeganistão Ashraf Ghani saúda a multidão reunida em Cabul  (Wakil Kohsar/AFP)

O presidente eleito do Afeganistão Ashraf Ghani saúda a multidão reunida em Cabul (Wakil Kohsar/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 15h37.

cabul - O presidente eleito do <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/afeganistao">Afeganistão</a></strong> Ashraf Ghani saudou nesta segunda-feira a primeira transição democrática da história do país, ao final de uma apuração de três meses marcada por acusações de fraude.</p>

"É uma grande vitória para a nação afegã. Pela primeira vez, em nossa grande história, o poder foi transferido de um presidente eleito para outro graças ao voto da nação", declarou Ghani, um dia depois de ter sido proclamado vencedor pela Comissão Eleitoral Independente (IEC).

No domingo, a IEC declarou Ashraf Ghani vencedor do segundo turno da eleição presidencial no Afeganistão, poucas horas depois de o economista de 65 anos ter assinado um acordo para compartilhar o poder com o rival Abdullah Abdullah, acabando com três meses de crise política.

Ghani, ministro das Finanças entre 2002 e 2004, sucederá Hamid Karzai, que governa o país desde a intervenção militar ocidental contra os talibãs, no fim de 2001.

Os afegãos aguardavam o anúncio, depois que Ghani e Abdullah assinaram durante a manhã de domingo um acordo para a formação de um governo de união nacional. Após o segundo turno presidencial, em 14 de junho, os candidatos trocaram acusações de fraude.

Os resultados preliminares deram a vitória a Ghani com 56,4% dos votos, mas Abdullah conseguiu forçar uma recontagem de votos, sob a supervisão da ONU.

A ONU e os países ocidentais, como os Estados Unidos, elogiaram o acordo para a formação do governo de unidade no Afeganistão, que até o fim do ano observará a saída da maioria dos soldados da Otan.

Os dois campos precisam virar a página dos últimos meses de tensão, que despertaram as rivalidades étnicas entre os tadjiques do norte, que apoiam Abdullah, e os pashtuns do sul, partidários de Ghani.

O antagonismo alimentou a violenta guerra civil dos anos 1990 e facilitou a chegada ao poder dos talibãs em 1996.

O fim da crise deve permitir o desbloqueio do acordo de segurança com os Estados Unidos, que tanto Ghani como Abdullah se comprometeram a assinar, ao contrário de Karzai.

A Otan pretende retirar todas as tropas de combate do Afeganistão até o fim do ano.

Os países ocidentais desejam manter no país uma força de 12.000 oficiais, em sua maioria americanos, contra os 41.000 atuais, para apoiar as forças afegãs contra os talibãs.

O novo governo terá a delicada missão de estabilizar a segurança e estimular a economia de um dos países mais pobres do mundo.

Também pode retomar o projeto de negociações com os talibãs para tentar acabar com um conflito que matou 2.300 civis nos oito primeiros meses do ano, segundo a ONU.

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