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Presidente eleito da Guatemala quer mudar acordo imigratório de Trump

O conservador Alejandro Giammattei só assumirá a presidência da Guatemala em janeiro, mas promete tentar rever o acordo imigratório firmado com os EUA

Guatemala: Alejandro Giammattei venceu a eleição presidencial com 58% dos votos (Jose Cabezas/Reuters)

Guatemala: Alejandro Giammattei venceu a eleição presidencial com 58% dos votos (Jose Cabezas/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de agosto de 2019 às 10h35.

Cidade da Guatemala — O conservador Alejandro Giammattei obteve uma vitória contundente na eleição presidencial da Guatemala, no domingo, e prometeu buscar termos melhores para o país em um acordo imigratório impopular acertado com os Estados Unidos no mês passado.

Com resultados preliminares de mais de 99% das urnas apuradas, o tribunal eleitoral declarou Giammattei como vencedor com mais de 58% dos votos, bem mais do que os 42% de sua rival de centro-esquerda e ex-primeira-dama Sandra Torres.

Em entrevista algumas horas antes de ser declarado vencedor, Giammattei disse querer ver o que pode ser feito para melhorar o acordo que o presidente em fim de mandato Jimmy Morales firmou para conter a imigração centro-americana rumo aos Estados Unidos.

Giammattei só tomará posse em janeiro, altura em que a Guatemala pode estar sofrendo grande pressão do acordo, que na prática transforma o país em uma zona-tampão obrigando os imigrantes a buscarem refúgio lá, em vez de nos EUA.

"Espero que, durante esta transição, as portas se abram para se obter mais informações para que vejamos o que, de um ponto de vista diplomático, podemos fazer para retirar deste acordo as coisas que não são certas para nós, ou como podemos chegar a um entendimento com os Estados Unidos", disse Giammattei, de 63 anos, à Reuters, em uma entrevista.

Ameaçado com sanções econômicas se dissesse não, Morales firmou um pacto no final de julho para tornar a Guatemala um assim chamado terceiro país seguro para imigrantes — apesar da pobreza e da violência endêmicas que levaram centenas de milhares de seus habitantes a migrarem para o norte.

"Não é certo para o país", disse Giammattei a respeito do acordo. "Se não tivermos capacidade de cuidar de nosso próprio povo, imagine como será para os estrangeiros".

Indagada sobre os comentários de Giammattei, a chefe da patrulha de fronteira dos EUA, Carla Provost, disse em uma entrevista ao canal Fox News: "Certamente é uma preocupação. Precisamos que tanto o México quanto a Guatemala continuem fazendo o que estão fazendo", referindo-se à iniciativa mexicana de impedir que imigrantes cruzem sua fronteira com os EUA.

O acordo de terceiro país também é altamente impopular na Guatemala. Uma pesquisa deste mês do jornal guatemalteco Prensa Libre mostrou que mais de 8 de 10 pessoas rejeitam a ideia de a nação aceitar imigrantes em busca de asilo.

Não está claro quanto Giammattei conseguirá alterar o acordo, que exigiria que hondurenhos e salvadorenhos peçam visto na Guatemala, e não nos EUA, e prevê a concessão de vistos norte-americanos para alguns trabalhadores guatemaltecos.

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