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Presidente do Peru pede a Trump que estude a deportação de Toledo

O ex-presidente é procurado por supostamente ter recebido US$ 20 milhões em subornos

Alejandro Toledo: o ex-presidente está supostamente nos EUA, onde vive habitualmente (Mariana Bazo/File Photo/Reuters)

Alejandro Toledo: o ex-presidente está supostamente nos EUA, onde vive habitualmente (Mariana Bazo/File Photo/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 09h16.

Lima - O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, pediu neste domingo a seu colega dos Estados Unidos, Donald Trump, que avalie a deportação do ex-presidente peruano Alejandro Toledo, em busca e captura por supostamente ter recebido US$ 20 milhões em subornos, segundo informou a agência oficial "Andina".

Durante a conversa por telefone que ambos tiveram, Kuczynski solicitou a Trump que avalie a opção da deportação de Toledo dentro das faculdades que a lei de migração americana outorga ao Departamento de Estado.

Toledo está supostamente nos EUA, onde vive habitualmente, e desde quinta-feira pesa sobre ele uma ordem de captura da Justiça peruana por supostamente ter favorecido a construtora brasileira Odebrecht em seus negócios no Peru em troca de subornos no valor de US$ 20 milhões.

Trump ligou para Kuczynski do avião presidencial, o Air Force One, no meio da incógnita do paradeiro de Toledo, depois que hoje se soube que ele não viajou de San Francisco (Califórnia) para Israel, versão que ontem à noite o governo peruano trabalhava.

Além da busca de Toledo, os dois presidentes também comentaram outros assuntos da relação bilateral e suas opções de cooperação em defesa da democracia e luta anticorrupção, e seguidamente Trump convidou Kuczynski a visitar os EUA em uma data ainda s ser definida.

O ministro peruano do Interior, Carlos Basombrío, advertiu hoje em entrevista à emissora "Radio Programas del Perú" (RPP) que Toledo ainda pode sair com liberdade dos EUA porque a Justiça americana ainda não ordenou sua detenção em seu território.

Basombrío comentou que os EUA solicitaram à Promotoria mais documentação e detalhes sobre os motivos para a captura de Toledo para assim poder proceder com ela.

O ministro esperou que as observações indicadas pela Justiça americana possam estar aceitas nesta segunda-feira e desejou que Toledo possa estar à disposição da Promotoria peruana o mais rápido possível.

Toledo é acusado por supostos crimes de tráfico de influência e lavagem de ativos por cobrar os subornos em troca de conceder à Odebrecht a licitação da Estrada Interoceânica do Sul, que atravessa o território peruano, desde a costa do oceano Pacífico até a fronteira com o Brasil.

Toledo é a primeira grande figura da política peruana envolvida no caso Odebrecht, empresa que admitiu à Justiça americana ter pagado US$ 29 milhões em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014, período que compreende os governos de Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

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