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Presidente do Peru descarta antecipar eleições e ministra da Saúde renuncia por surto de dengue

Dina Boluarte apresentou no começo do ano dois projetos para adiantar pleito, mas ambos foram rejeitados por falta de consenso

Dina Boluarte, presidente do Peru (Lucas Aguayo/Getty Images)

Dina Boluarte, presidente do Peru (Lucas Aguayo/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 16 de junho de 2023 às 13h59.

A presidente peruana, Dina Boluarte, descartou, na noite de quinta-feira, a convocação de eleições antecipadas no Peru, após a convocação de novos protestos da oposição exigindo a sua renúncia. No mesmo dia, a ministra da Saúde renunciou pressionada pelo maior surto de dengue no país em cinco anos, com um balanço de pelo menos 248 mortos e 147 mil contágios.

A presidente peruana apresentou no começo do ano ao Congresso, controlado pela direita, dois projetos para antecipar as eleições para 2024, primeiro para abril e depois para dezembro, mas ambos foram rejeitados por falta de consenso.

" O assunto do adiantamento das eleições está encerrado, continuaremos trabalhando de forma responsável e de acordo com a Constituição até julho de 2026 — disse Dina ao término de um conselho de ministros em Lima.

A mandatária, que substituiu em dezembro Pedro Castillo, preso acusado por tentativa de golpe de Estado, respondeu aos movimentos da oposição que planejam marchar em direção a Lima nos próximos dias, vindos das províncias do sul andino. Os organizadores, incluindo a Federação Departamental dos Trabalhadores de Arequipa, preparam a "terceira ocupação de Lima" — duas marchas foram realizadas no primeiros meses do ano exigindo a saída de Dina Boluarte e novas eleições.

Na quinta, Boluarte hoje a suspensão da medida, para evitar mortes

"Peço a essas pessoas que estão anunciando a terceira ocupação de Lima. Quantas mortes mais elas querem?

Agravando a crise política no país, a ministra da Saúde Rosa Gutiérrez Palomino apresentou sua carta de renúncia, durante uma audiência no Congresso sobre o surto de dengue que provocou o colapso dos hospitais em regiões do norte do país como Piura, uma das mais afetadas, onde foram registradas 82 mortes. Palomino atribuiu o aumento dos contágios às temperaturas elevadas e às chuvas que afetaram o norte do país no primeiro trimestre do ano.

Repressão: HRW denuncia suspeita de execuções sumárias durante protestos no Peru

Depois do Brasil, o Peru registra a segunda maior taxa de mortalidade por causa da dengue na América Latina e seus números globais são 365% superiores à média dos últimos cinco anos, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Repressão a protestos

A repressão do governo peruano desde que Boluarte assumiu a Presidência, em dezembro passado, resultou em 50 mortes, das quais cerca de 20 foram causadas por tiros disparados pelas forças militares, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Dina era vice-presidente do Peru até assumir o cargo, em 7 de dezembro, após a destituição do presidente por sua tentativa de dissolver o Congresso, governar por decreto e convocar uma Assembleia Constituinte. Castillo está em prisão preventiva em Lima, aguardando a decisão da Justiça sobre um eventual julgamento.

Em janeiro, o Ministério Público abriu uma investigação sobre a gestão da presidente e de outros altos funcionários por supostos crimes de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves". No entanto, a atual presidente possui imunidade até o fim de seu mandato, em julho de 2026

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