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Presidente do Peru depõe ante promotoria, após repressão aos protestos deixar 50 mortos

Dina Boluarte está respondendo pela repressão aos manifestantes, depois da destituição de seu antecessor, Pedro Castillo

Dina Boluarte: presidente do Peru enfrenta grandes desafios em seu governo e a rejeição de parte da população (Filipe Bispo/Getty Images)

Dina Boluarte: presidente do Peru enfrenta grandes desafios em seu governo e a rejeição de parte da população (Filipe Bispo/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 27 de setembro de 2023 às 19h33.

Última atualização em 27 de setembro de 2023 às 19h44.

A presidente do Peru, Dina Boluarte, depôs nesta quarta-feira, 27, ante promotores por sua suposta responsabilidade na repressão aos protestos que deixaram 50 mortos após a destituição de seu antecessor, Pedro Castillo, que está preso. Esta é a terceira vez no ano que Boluarte presta depoimento.

A presidente permaneceu por 90 minutos na sede do Ministério Público (MP), onde compareceu perante a procuradora-geral, Patricia Benavides, e seu assistente Carlos Huamán. "Comparecemos e prestamos depoimento", disse o advogado presidencial, Joseph Campos, após a audiência.

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A presidente, uma advogada de 61 anos, deixou o local sem dar declarações, protegida por um forte aparato de segurança, que impediu o acesso dos jornalistas. O defensor repetiu declarações anteriores de que "não existiu uma ordem da presidente" às forças de segurança do Estado para disparar contra os manifestantes.

Esta é a terceira vez que a promotoria interroga Boluarte no âmbito de uma investigação aberta em janeiro pelos supostos crimes de "genocídio, homicídio qualificado e lesão corporal grave". O caso foi aberto "pela morte de cidadãos durante as mobilizações sociais entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023".

A promotoria tenta determinar a responsabilidade de Boluarte na repressão às manifestações antigovernamentais nas regiões de Apurímac, La Libertad, Puno, Junín, Arequipa e Ayacucho. No caso de uma acusação, a presidente não poderá ir a julgamento até julho de 2026, quando termina seu mandato, conforme a Constituição.

A repressão do governo peruano desde que Boluarte assumiu a Presidência, em dezembro, já deixou 50 mortos, dos quais 20 foram vítimas de disparos de balas das forças militares, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Boluarte era vice-presidente do Peru até assumir o poder, em 7 de dezembro, após a destituição do esquerdista Pedro Castillo por tentativa de dissolver o Congresso, governar por decretos e convocar uma Assembleia Constituinte. Castillo cumpre prisão preventiva em Lima, aguardando julgamento.

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